A farmacêutica norte-americana Pfizer (NYSE: PFE) estaria preparando uma versão em pó da vacina contra o novo coronavírus (covid-19).
O objetivo da Pfizer, que está desenvolvendo o remédio junto com a alemã BioNTech, seria superar os problemas de logística.
“No próximo ano, colocaremos no mercado uma vacina na forma de pó”, declarou o diretor científico do grupo, Mikael Dolsten, ao Business Insider.
Uma etapa importante que resolveria o grave problema do transporte em baixas temperaturas.
Isso pois para manter a vacina é necessário que o produto seja transportado a uma temperatura de cerca de -80°.
Uma temperatura extremamente baixa, cerca de quatro vezes menor do que um freezer doméstico pode garantir.
É por isso que a empresa está pensando em uma versão “liofilizada” da vacina.
O processo de liofilização, que consiste na retirada da água, é algo normalmente feito no mundo das vacinas.
As vacinas baseadas em proteínas são muito fáceis de liofilizar. Mas os da Pfizer, como os da Moderna, são baseados em RNA e lipídios, extremamente difíceis de liofilizar. Há poucos casos já realizados no passado.
Além disso, será necessário um novo período de testes, pois uma vez encontrado o correto processo de liofilização, deve-se demonstrar que o liofílico reconstituído com água mantém os mesmos percentuais de eficácia demonstrados na fase 3 dos testes, garantindo o mesmo resultado.
Vacina da Pfizer não pode ser descongelada
Atualmente, os planos da Pfizer são de produzir a vacina nas plantas de Kalamazoo, no estado norte-americano do Michigan, e em Puurs, na Bélgica.
A partir daquele momento, a vacina não pode ser descongelada e congelada mais de quatro vezes durante o processo de distribuição.
A maioria das vacinas em circulação não é congelada, mas apenas refrigerada em uma temperatura entre 2° C e 8° C.
E mesmo as vacinas congeladas, como a Varivax usada contra o sarampo, são armazenados em temperaturas muito mais altas do que as da Pfizer.
A farmacêutica explicou que a vacina será colocada em uma embalagem especialmente construída do tamanho de uma bagagem de mão de avião, pesando cerca de 32 kg.
Lá dentro, o gelo seco será capaz de manter a temperatura em -80° C.
Uma vez descongelada e refrigerada em uma temperatura entre 2° C e 8° C, a vacina ficará estável por cinco dias e não mais do que 2 horas em temperatura ambiente.
Manter a vacina na temperatura certa será o grande desafio da logística, requerendo uma infraestrutura importante.
E já que a vacina Pfizer/BioNTech não é a única sendo desenvolvida no momento (e os governos do mundo inteiro podem escolher outras candidatas), é claro que o problema logístico deve ser resolvido para que o remédio não saia do mercado.