Pfizer (PFIZ34) licenciará comprimido da Covid-19 para 95 países; Brasil ficou de fora

A Pfizer (PFIZ34) fechou um acordo de licença voluntária que abre brecha para a fabricação e fornecimento de genéricos do seu comprimido destinado ao tratamento da Covid-19. O acordo foi firmado com a Medicines Patent Pool (MPP), que trata sobre a utilização e a patente de fármacos.

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Com essa decisão da Pfizer, qualquer fabricante do mundo que tiver uma sub-licença poderá fabricar o remédio e fornecê-lo. O acordo é válido para 95 nações – nas quais não está incluso o Brasil.

Deste modo, o país terá que comprar o medicamento diretamente da Pfizer, a preços mais altos do que os da fabricação genérica.

Esses acordos acontecem quando muitos especialistas, em consenso, demonstram uma preocupação expressa acerca de que países mais pobres podem ter menos acesso aos antivirais – o que ocorreu na corrida pela vacina da Covid-19.

Conforme o acordo, a Pfizer não receberá royalties sobre as vendas do comprimido em países de baixa renda e renunciará a eles nas vendas em todos os países cobertos pelo trato. O esforço visa nações da África Subsaariana, em especial.

Contudo, a vigência dessa decisão permanece somente enquanto a Covid-19 for uma emergência de saúde pública.

No início do mês de outubro, a farmacêutica americana havia anunciado que seu comprimido experimental contra a Covid-19, o Paxlovid, reduziu o risco de hospitalização ou morte pela doença em 89%.

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O remédio, atualmente, é utilizado em combinação com o ritonavir, um antiviral usado para o tratamento do HIV. e os testes com o fármaco em solo brasileiro começaram somente na semana passada.

Pfizer faz segundo movimento do gênero na pandemia

O acordo da Pfizer trata-se do segundo de uma farmacêutica com esforços nesse sentido, após anúncios de licenciamento da Merck MRK & Co. e a Ridgeback Biotherapeutics sobre o seu antiviral, o molnupiravir.

A Merck também licenciou a produção de molnupiravir para fabricantes de genéricos na Índia, incluindo Dr. Reddy’s Laboratories.

“O território licenciado é grande e mal servido pelos fabricantes de vacinas, o que torna os terapêuticos de baixo custo particularmente importante”, disse James Love, diretor da Knowledge Ecology International, em entrevista ao Wall Street Journal.

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Com as práticas, uma lista grande de países de primeiro mundo, como os EUA, já garantiram um montante de milhões de comprimidos da Pfizer ou da Merck.

Apesar dos ânimos acerca do acordo, especialistas envolvidos no acordo frisam que é muito pouco provável que esses suprimentos estejam disponíveis antes de meados de 2022.

Isso se dá, em grande medida, pelo gargalo de produção – levando em conta o tempo para os fabricantes conseguirem aumentar a escala de produção e os governos dos países liberarem os comprimidos no varejo.

“Devemos trabalhar para garantir que todas as pessoas – independentemente de onde vivam ou de suas circunstâncias – tenham acesso a essas inovações e estamos satisfeitos por poder trabalhar com o MPP para promover nosso compromisso com a equidade”, disse o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla.

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Eduardo Vargas

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