Operação da PF mira em crimes com cripto de mais de R$ 60 bilhões

Foi deflagrada, na manhã desta quinta-feira, uma operação da PF (Polícia Federal) para reprimir crimes com criptoativos que envolvem movimentações de mais de R$ 6o bilhões.

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A operação da PF, intitulada Operação Colossus, tem apoio da Receita Federal. As investigações cobrem evasão de divisas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo a PF, foram feitas remessas de valores para o exterior da ordem de mais de R$ 18 bilhões.

Ao todo, estão sendo cumpridas 101 determinações judiciais expedidas pela 6ª Vara Criminal de São Paulo, duas ordens de prisão preventiva e 37 de busca e apreensão — os alvos são 22 pessoas físicas de 15 pessoas jurídicas.

Entre os mandatos, estão buscas em seis exchanges de criptomoedas, quatro instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio e três escritórios de contabilidade.

Além dos mandatos de busca e apreensão foi determinado o bloqueio de bens e valores no valor aproximado de R$ 1.247.770.199,05.

Também foi determinado o sequestro de ativos virtuais titularizados pelos investigados de 28 exchanges com atuação no Brasil e no exterior.

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Entenda o caminho até a operação da PF

As investigações começaram a partir de um relatório que mapeava movimentações bancárias suspeitas envolvendo a negociação de criptoativos.

Os crimes ocorreram entre 2017 e 2021, mas, segundo a PF, eles ainda persistem.

Com complexidade das operações, o grupo investigado foi dividido em três.

O primeiro grupo, de arbitradores, era responsável por adquirir grandes quantias de ativos virtuais no exterior, em países como Estados Unidos, Cingapura e Hong Kong. Depois, vendiam os ativos para o Brasil. De acordo com a PF, foram remessas de mais de RS 18 bilhões.

O segundo grupo, das exchanges, era responsável por comprar os criptoativos dos arbitradores e vendê-los a pessoas físicas e jurídicas, e conforme a PF, havia fortes indícios de envolvimento em atos ilícitos.

Um terceiro grupo era formado por empresas de fachada que adquiriam os ativos virtuais das exchanges para realizar a lavagem de dinheiro.

As investigações da PF sugerem que entre os clientes estão pessoas falecidas, beneficiários de programas sociais, idosos com mais de 90 anos de idade, doleiros, contrabandistas e comerciantes de áreas de comércio em São Paulo, como o Brás e a 25 de Março.

Segundo a PF, em quatro anos de investigação, foram movimentados mais de R$ 61 bilhões através do sistema bancário formal. A movimentação desses recursos só teria sido possível porque várias instituições financeiras que negociaram os ativos dos investigados apresentaram falhas em seus sistemas de compliance.

As penas somadas dos crimes alvo da operação da PF nesta manhã ultrapassam os 30 anos de prisão.

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Laura Intrieri

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