PF prende dono da Consultoria Bitcoin por suspeita de pirâmide financeira
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quarta-feira (25), o dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, por suspeita de pirâmide financeira.
A força-tarefa, que envolve a PF, o Ministério Público Federal e a Receita Federal, encontrou Glaidson Acácio em uma mansão no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Outros oito envolvidos nas atividades da Consultoria Bitcoin também são procurados com mandatos de prisão.
Ao todo, foram 15 mandatos de busca e apreensão para o Rio de Janeiro, São paulo, Ceará e Distrito Federal. Além de Glaidson, um homem havia sido preso no Aeroporto de Guarulhos (SP), tentando fugir para Punta Cana, na República Dominicana.
De acordo com a matéria do G1, os policiais apreenderam na casa do dono da GAS Consultoria Bitcoin notas de reais, dólares e euros em espécie e até barras de ouro. Fontes informaram que o volume de dinheiro surpreendeu os agentes: “nem na Lava-Jato”, disse um.
Há dois anos a GAS era investigada por esquemas de pirâmide financeira disfarçada de consultoria em criptomoedas.
Rendimentos de 10% ao mês
A Consultoria Bitcoin prometia ganhos fixos de 10% ao mês, com um aporte inicial mínimo de R$ 10.000, segundo informações de um cliente que foi abordado para participar do negócio. Entretanto, as investigações da força-tarefa indicam que a GAS nem sequer reaplicava os aportes em criptomoedas.
Além do ganho garantido ser muito alto e independente das variações comuns do mercado de capitais, mesmo de criptomoedas como o bitcoin, a companhia sob CNPJ 22.087.767/0001-32 não tinha registros como operadora financeira nem como trading.
A empresa de Glaidson era identificada apenas como uma empresa especializada em consultoria em Tecnologia da Informação (T.I). Grande parte dos seus investidores eram de Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense, que se tornou um paraíso dos golpes do tipo pirâmide financeira e ganhou até o apelido de Novo Egito.
“Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes apresentou cifras bilionárias, sendo certo que aproximadamente 50% dessa movimentação ocorreu nos últimos 12 meses”, informou a PF.
A Consultoria Bitcoin não tinha site nem perfil em redes sociais, e o telefone disponível na Receita Federal não funcionava.