Governador do Rio de Janeiro é preso em nova etapa da Lava Jato
O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira (29) pela Polícia Federal (PF).
A PF chegou à residência oficial do governador do Rio de Janeiro, o Palácio das Laranjeiras, por volta das 6h. A prisão do político faz parte da Operação Boca de Lobo, desdobramento da Lava Jato.
O pedido de prisão contra Pezão foi feito pela procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge. A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), sob relatoria do ministro Felix Fischer.
De acordo com as investigações, “o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração Pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro”.
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Operação Boca de Lobo
A nova fase da Lava Jato, na qual Pezão é alvo, baseia-se na delação premiada de Carlos Emanuel Carvalho Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral (MDB). Cabral, que foi governador do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014, foi preso na Operação Lava Jato em 2016.
Segundo Miranda, Pezão ganhava propinas por um valor de R$ 150 mil por mês por treze meses. Além disso, ele recebia até bônus de fim de ano no valor de R$ 1 milhão.
Em anotações das investigações de Cabral, referentes às supostas propinas, Pezão foi citado como “Big Foot” e “Pé”. Entretanto, quando questionado, o atual governador sempre negou envolvimento.
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Miranda afirmou também que Pezão pediu para que o dinheiro fosse entregue a um dos sócios da JRO Pavimentação, empresa de Cláudio Fernandes Vital.
Vital transferiu a sede de sua empresa para Piraí (RJ) após aproximar-se do governador. Os dois frequentemente tinham reuniões.
A PGR calcula que Pezão tenha recebida R$ 25 milhões entre 2007 e 2015. Com a correção da inflação, o valor se aproxima de R$ 39 milhões.
Tal quantia é incoerente com com o patrimônio declarado pelo político à Receita Federal. O STJ determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em bens.
Além da prisão preventiva de Pezão, outros oito pedidos foram expedidos. Confira abaixo:
- José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras
- Affonso Henriques Monnerat Alves Da Cruz, secretário de Governo
- Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico
- Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador
- Cláudio Fernandes Vidal, sócio da J.R.O Pavimentação
- Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da J.R.O Pavimentação
- Luis Fernando Craveiro De Amorim, sócio da High Control Luis
- César Augusto Craveiro De Amorim, sócio da High Control Luis
4º governador eleito do RJ preso
O emedebista Pezão é o 4º governador do Rio de Janeiro a ser preso. Confira abaixo os nomes dos outros ex-governadores cariocas envolvidos na Lava Jato:
- Sérgio Cabral: preso em novembro de 2016 na Operação Calicute, por acusação de propina em concessão de obras públicas.
- Anthony Garotinho: preso em novembro de 2017 por crimes eleitorais.
- Rosinha Matheus: presa em novembro de 2017 por crimes eleitorais.
Na ausência de Pezão, o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles (PTB) deve assumir.