Petz (PETZ3): ações disparam mais de 40% no Ibovespa após avanço em processo de fusão com Cobasi

A Petz (PETZ3) e a Cobasi, empresas de produtos para animais de estimação, celebraram um memorando de entendimentos não vinculante (MOU) para a possível combinação de negócios, que pode resultar em uma empresa com faturamento de quase R$ 6,9 bilhões. As ações de Petz disparam mais de 40% no Ibovespa nesta sexta-feira (19).

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No intradia, as ações PETZ3 disparavam 45,43%, cotadas a R$ 5,09.

Cotação PETZ3

Gráfico gerado em: 19/04/2024
5 Dias

Segundo fato relevante, a relação de troca entre as companhias foi calculada considerando o preço e R$ 7,10 por ação de emissão da Petz.

O MOU prevê que, quando do fechamento da operação, o capital social da sociedade combinada será representado por 50% de acionistas da Petz (PETZ3) e por 50% de acionistas da Cobasi, além de uma distribuição em moeda corrente nacional no valor de R$ 450 milhões para os acionistas da companhia, sujeitos a determinados ajustes.

Com a implementação da operação de fusão entre Petz e Cobasi, a companhia combinada terá uma rede de 483 lojas, e alcançará um faturamento bruto de aproximadamente R$ 6,9 bilhões – hoje, a Cobasi possui uma rede de 234 megalojas distribuídas em 18 estados brasileiros e o Distrito Federal, e possui um faturamento bruto próximo de R$ 3,1 bilhões.

“O acordo implicará na união de duas companhias com modelos de negócios e direcionamentos estratégicos similares, com o fortalecimento da omnicanalidade na plataforma combinada, ganho de escala e potencialização da estratégia comercial”, escreve a Petz.

O comunicado afirma ainda que a participação final dos acionistas da Petz e da Cobasi na sociedade combinada, assim como o valor total final a ser distribuído aos acionistas da companhia, estão sujeitos a ajustes habituais em processos de igual natureza e em decorrência dos processos de diligência a serem conduzidos pelas partes.

“A consumação da operação está sujeita à negociação e à celebração dos documentos definitivos, ao cumprimento de determinadas condições precedentes, tais como a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e à realização, pela companhia e pela Cobasi, de diligências legal, operacional, contábil e financeira”.

Além disso, o MOU determina que a Petz e a Cobasi se comprometam a negociar de forma exclusiva visando a conclusão da operação, se abstendo de tratar com terceiros quaisquer transações similares à operação.

A Petz engajou como assessor financeiro o Itaú BBA e a Cobasi, o banco Morgan Stanley.

“As ações da Petz saíram dessa negociação na casa dos R$ 7,10, o que dá mais de 100% de upside quando a gente compara com o fechamento de ontem (18). Então o movimento de preços hoje é uma convergência para esse preço que a gente tem e o fechamento de diversos shorts que a gente tinha no papel”, explica Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, sobre a forte alta nas ações da Petz nesta sexta-feira (19).

O que o mercado espera da fusão entre Petz e Cobasi?

Para Costa, a fusão Petz Cobasi cria uma gigante do setor pet, o que é bastante relevante e significativo. Ele destaca as sinergias que podem ser geradas com a junção das duas empresas, já que ambas possuem um tamanho muito parecido, mas muitas vezes, suas lojas coexistem em espaços próximos um dos outros.

“Com a nova estrutura, podemos observar uma maior assertividade na localização desses pontos de venda, de modo que não haja uma canibalização entre as duas marcas. Vimos nos últimos trimestres que a concorrência realmente pesou sobre a Petz, com a Cobasi se expandindo rapidamente. Com a junção, a gente pode ter mais assertividade na localização desses pontos, menor concorrência entre as lojas e, consequentemente, diminuição de custos”, destaca.

Fusão Petz-Cobasi: quais os pontos de atenção?

Entre os pontos de atenção a respeito da combinação de negócios entre Petz e Cobasi, Gabriel Costa, da Toro Investimentos, destaca um que é comum a todas as fusões de grande porte, o alinhamento da cultura.

“Vimos no passado, por exemplo, Notre Dame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3) também fazendo uma fusão de grande escala, e esse processo de destravamento de sinergias é delicado e complexo, que ocorre em muitos meses, porque temos culturas muito diferentes nas empresas que têm que se adequar. Então aqui a gente tem realmente esse ponto de atenção, de como essas culturas e essas sinergias podem ser destravadas ao longo do tempo”, ressalta.

O segundo ponto, segundo Costa, está relacionado à governança. Em fevereiro, o fundador e CEO da Petz, Sergio Zimerman, comunicou que aumentou sua participação societária na empresa, ultrapassando o patamar de 10% envolvendo instrumentos derivativos referenciados em ações da varejista, de liquidação exclusivamente financeira.

“Vimos o fundador da Petz aumentando sua participação na companhia de forma bem relevante, na casa dos 29% para 49% da empresa, e agora ele vai deter novamente cerca de 25% dessa nova companhia, enquanto a família Nassar [Cobasi] vai ficar com cerca de 15%. É preciso monitorar a cultura e a governança para que esses pontos se equilibrem na nova companhia”, acrescenta.

“Por hora, seguimos com recomendação ‘neutra’ no papel, aguardando os novos desdobramentos, possibilidade de aprovação no CADE e os resultados que podem ser gerados da operação”, finaliza o analista, sobre o processo de fusão entre Petz e Cobasi.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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