Petz (PETZ3) e Cobasi: ainda é cedo para avaliar potencial de sinergias, diz XP; Ações saltam no Ibovespa
Em relatório, a XP (XPBR31) avaliou de forma positiva o acordo sobre a possível fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi, mas acredita que ainda é cedo para avaliar o potencial de sinergias entre as duas empresas. As ações da Petz disparam nesta segunda-feira (22), liderando os ganhos do Ibovespa.
No intradia, as ações da Petz subiam 4,17% no Ibovespa, cotadas a R$ 5,00.
Cotação PETZ3
Para a XP, ainda é cedo para avaliar o potencial de sinergias, que só deve ser esclarecido pela Petz após a assinatura. A casa vê espaço para diluição de custos impulsionada por ganhos de escala e pela adição da Petix ao portfólio da Cobasi, bem como pela otimização da presença, especialmente em São Paulo.
Além das sinergias operacionais, o banco avalia que o acordo deve trazer um ambiente competitivo mais racional em lojas físicas, uma vez que as duas empresas são as maiores do setor. “Entretanto, esperamos que a competição online permaneça pressionada, mas com o acordo fortalecendo a nova companhia para competir com os marketplaces”, escrevem os analistas Daniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.
A XP lembra também que as duas companhias têm de 60 a 90 dias para realizar processos de due diligence, estimar sinergias potenciais e assinar acordos finais. “Se bem sucedido, o acordo ainda estaria sujeito a aprovação do CADE, para a qual enxergamos riscos de possíveis remédios, especialmente no estado de São Paulo”, finaliza.
A XP manteve sua recomendação de ‘compra’ para as ações PETZ3, sem mencionar o preço alvo.
Fusão da Petz (PETZ3) e Cobasi deve ter restrições, avalia Cade inicialmente
Segundo uma fonte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ao Broadcast/Estadão, é pouco provável que uma operação dessa grandeza, como a de Petz e Cobasi, seja aprovada sem algum tipo de restrição.
A expectativa no órgão antitruste é de que o negócio gere muitas sobreposições, o que pode ser resolvido local a local.
Um interlocutor no Cade observou que, se as partes apresentarem um bom levantamento de “remédios” concorrenciais ao órgão, é possível que a análise não seja tão complexa.
Em fusões desse tipo, o ponto principal é saber quais lojas precisarão ser vendidas.
Além disso, em operações de varejo, a tendência é de que a análise pelo órgão antitruste seja feita dentro de cada cidade e, em municípios com mais de 200 mil habitantes, dentro de cada bairro.
O Cade tem até 240 dias para decidir sobre operações notificadas – e até 330 dias em casos mais complexos, o que precisa ser reconhecido pela Superintendência-Geral.
Em teleconferência sobre a fusão com a concorrente Cobasi, o CEO da Petz, Sergio Zimerman, disse que ainda não foram feitas conversas iniciais com o Cade, mas se mostrou otimista com a avaliação pelo órgão e reconheceu que eventuais “remédios” podem surgir, não vendo, contudo, que eles seriam “amargos”.
O CEO da Cobasi, Paulo Nassar, seguiu o mesmo tom. Ao Broadcast, ele afirmou que sua empresa e a Petz têm, juntas, cerca de 2% das lojas de seu segmento no País, o que indicaria, na visão dos empresários envolvidos na negociação, que os remédios do Cade devem ser leves.
“Somos otimistas com o Cade, porque a concentração de mercado é irrelevante”, afirmou Zimerman, da Petz.
*Com informações de Estadão Conteúdo