PetroRio (PRIO3): negócio com a Dommo (DMMO3) é “oportunidade certeira”, diz BTG
A PetroRio (PRIO3), chamada também de PRIO, anunciou na noite de quinta (1º) que assinou memorando de entendimentos para comprar a Dommo (DMMO3), controlada pela Prisma Capital. A petroleira já teve como o dono o empresário Eike Batista, quando chamava-se OGX.
De acordo com o comunicado, a PetroRio vai incorporar a totalidade de ações da Dommo. Os acionistas da empresa terão direito a 1 ação PRIO3 a cada 20 ações DMMO3, valorizando o as ações da PetroRio em R$ 37, 36% acima do preço de fechamento de quinta, e em linha com o preço alvo determinado pelo BTG Pactual (BPAC11), informado em relatório divulgado nesta sexta-feira (2).
Será equivalente a um desembolso de caixa de R$ 1,85 para cada papel da Dommo, 4% acima do fechamento de ontem. O negócio implica uma valorização de 6 vezes o Enterprise Value/Ebitda para ex-OGX, de acordo com o BTG.
“A transação é pequena e rumores sobre ela ganharam manchetes recentemente, e é por isso que não deve pegar os investidores de surpresa. A Dommo agora está produzindo 900 boe/d (apenas 2% da PetroRio),por meio de sua participação de 5% no cluster Polvo-TBMT, atualmente operado pela companhia”, diz relatório.
Os analistas do BTG observam que alguns investidores podem questionar a razão da compra, uma vez que a produção é de pequena quantidade, considerando a taxa de esgotamento esperada daqui para frente em relação ao cluster. Assim, o banco de investimentos pontua que o raciocínio é duplo:
- Depois de olhar para o relatório de reservas do cluster, não se descartam novas campanhas de revitalização, adicionando quatro (ou mais) novos poços em um futuro próximo.
- Outra (e provavelmente a principal razão) está relacionado aos prejuízos acumulados da Dommo.
Sobre o primeiro ponto, supondo que haja novos poços e considerando um adicional de 4 mil boe/d por poço, juntamente com uma taxa de esgotamento de 10% após um ano de óleo fluxo, “acreditamos que a PetroRio poderia adicionar pelo menos 40 milhões de boe em reservas, o que significa que seria adquirindo 2mn boe (5% de participação) da Dommo”, de acordo com o texto.
Já a respeito dos prejuízos, os analistas reforçam que há diversas notícias recentes que estimam algo próximo de R$ 20 bilhões, sem confirmações. Na visão do BTG, isso pode gerar ganhos fiscais volumosos nos próximos anos. A estimativa do banco de investimentos é que os benefícios fiscais tragam algo entre R$ 2,5 bilhões e R$ 4 bilhões, ou 11% a 18% do valor de mercado da PetroRio.
Dentro da tese de investimentos sobre a PRIO, o BTG acredita que a empresa “captura oportunidades certas, na hora certa, com pessoas certas”, sendo o negócio com a Dommo uma prova disso.
“Mais do que apenas olhar para as mudanças em curso no segmento upstream do Brasil, impulsionadas por desinvestimentos da Petrobras (PETR4), a administração da PRIO também tem as habilidades certas para criar valor a partir de negócios menos óbvios”, afirmam.
Por fim, os analistas destacam que, apesar da dinâmica dos preços do petróleo ter sofrido deterioração, ao menos marginalmente, continua a recomendar compra para a PetroRio, “pois oferece assimetria atraente, mesmo assumindo mais preços conservadores já em 2023”. O preço-alvo fica em R$ 37 para os próximos 12 meses.