A Eneva (ENEV3) e a PetroReconcavo (RECV3) dizem, em comunicados simultâneos divulgados ao mercado nesta quarta-feira (24), que as empresas não estudam uma fusão entre os negócios.
A informação foi veiculada pelas produtoras de petróleo e gás após o jornal Valor Econômico publicar, na manhã desta quarta, que ambas as empresas voltaram a conversar sobre uma eventual fusão depois de terem negociações frustradas; a primeira entre Vibra (VBBR3) e Eneva, e a segunda entre 3R Petroleum (RRRP3) e PetroReconcavo.
Em nota, a Eneva reforça seu compromisso com a execução de seu plano estratégico e seu programa de investimentos (Capex), destacando-se como uma prioridade constante. No entanto, a empresa ressalta que está sempre atenta a oportunidades de negócio que possam fortalecer sua posição no setor em que atua. “Entretanto, cabe à companhia informar que não está engajada em qualquer tratativa e não firmou qualquer documento com a PetroReconcavo”, afirma.
Segundo fontes consultadas pelo jornal, o interesse da Eneva na fusão com a PetroReconcavo estaria direcionado para o acesso ao gás da companhia. A transação em discussão mais provável envolveria uma troca de ações. No mercado, os papéis da PetroReconcavo encerraram o dia com uma valorização de 4,74%, atingindo R$ 22,09. Enquanto isso, as ações da Eneva (ENEV3) registraram um aumento de 0,40%, alcançando o valor de R$ 12,50.
O que diz o mercado sobre uma possível fusão Eneva e PetroReconcavo?
Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, lembra que após a assinatura de um memorando de entendimentos entre a 3R e a Enauta (ENAT3) no início do mês para uma possível combinação de negócios, a fusão que estava em curso entre a 3R e a PetroReconcavo foi paralisada.
“Portanto, seria natural que a PetroReconcavo buscasse outro player do setor com o objetivo de não ficar para trás na consolidação que está ocorrendo entre as juniors. Vejo que as petroleiras juniors têm dado enfoque, principalmente, ao crescimento inorgânico via combinação de negócios com outras juniors ao invés de aquisições de campos maduros, principalmente pela suspensão dos desinvestimentos por parte da Petrobras (PETR4)“, destaca.
“Acho que é um movimento que o mercado estava esperando em ter uma consolidação das ‘junior oils’, por causa do governo atual não querer seguir com o que estava acontecendo nos últimos anos, de oferecer algumas novas oportunidades para essas empresas menores”, pontua Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
“Quando houve o desdobramento Enauta e 3R, você tinha sinergias maiores no primeiro momento, mas isso não invalidava qualquer acordo futuro com a PetroReconcavo, porque os campos são complementares”, diz Cruz.
“Você consegue otimizar também toda a estrutura, já que a estrutura geográfica também é próxima. Acho que vai ser mais, de fato, qualquer acordo que a gente pode ter com relação a preço do que sinergia entre os players – porque sinergia todo mundo sabe que têm”, pontua Rafael Passos, sócio-analista da Ajax Asset Management, sobre uma possível fusão entre Eneva e PetroReconcavo.