Os contratos futuros de petróleo fecharam, nesta segunda-feira (21), com queda de aproximadamente 4%, em dia de generalizadas perdas nos mercados internacionais.
Diante do escândalo envolvendo documentos vazados de grandes bancos, os FinCEN files, e dos temores de que uma segunda onda de casos de Covid-19 na Europa possa levar à imposição de novas medidas de isolamento, os anúncios recentes levaram ao aumento na demanda pela segurança do dólar, que se fortaleceu e, em consequência, pressionou as cotações do petróleo.
A semana começou com investidores apreensivos no exterior, depois que uma reportagem do BuzzFeed News denunciou uma série de transações suspeitas envolvendo pelo menos cinco grandes bancos. As alegações repercutiram mal nas mesas de operações e provocaram um movimento de fuga de ativos arriscados. Como resultado, o dólar se valorizou, o que tende a prejudicar commodities denominadas na divisa norte-americana.
Em relatório, o ING aponta também para notícias de que a Líbia se prepara para retomar a produção de petróleo em plena capacidade. O país enfrenta um bloqueio de seus principais portos e plataformas causado por rebeldes contrários ao governo. “O mercado global de petróleo está em um estado frágil, então qualquer oferta adicional apenas vão tornar mais difíceis os esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para equilibrá-lo”, analisa.
“Os preços do petróleo recuam à medida que a Europa parece preparada para novos bloqueios induzidos pelo coronavírus e depois de a Líbia ter reiniciado a produção de petróleo. Um dólar forte e riscos crescentes para a recuperação econômica global continuarão a pressionar os preços”, informou o analista-sênior de mercados da Oanda, Edward Moya.
O petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 4,31%, em US$ 39,54 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 3,96%, a US$ 41,44 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
EUA: estoques de petróleo tem queda de 9,5 milhões de barris na semana
O American Petroleum Institute (API) divulgou na última terça-feira (15) estimativas sobre os estoques de petróleo dos EUA na última semana, encerrada no dia 11 de setembro. De acordo com o instituto, o período registrou um recuo de 9,5 milhões de barris, enquanto os estoques de gasolina tiveram uma alta de 3,8 milhões de barris.
Já os estoques de petróleo em Cushing tiveram queda de 800 mil barris, de acordo com os dados divulgados pelo API.
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Todavia, influenciados pelo crescimento da produção industrial da China e pela perspectiva de furacões que ameaçam o Golfo do México, os preços do petróleo encerraram em alta nesta terça-feira.
O petróleo WTI para entrega em outubro teve alta de 2,73%, a 38,28 dólares, enquanto, em Londres, o Brent do Mar do Norte para novembro encerrou a 40,63 dólares o barril, representando alta de 2,32%, superando o patamar de 40 dólares pela primeira vez em cinco dias. Na última semana, os dois barris caíram mais de 6%.
Com informações do Estadão Conteúdo
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