As cotações futuras do petróleo dispararam no início desta semana com os impasses na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ao atingir quase US$ 77 na véspera, o barril tipo WTI chegou ao seu maior patamar desde o final de 2014.
No ano, a commodity já subiu 46%. Ontem, o encontro marcado do cartel foi cancelado após os integrantes não entrarem em acordo sobre o nível de oferta de petróleo no mercado para os próximos meses.
A Opep e seus aliados, liderados pela Rússia, continuam mantendo milhões de barris da matéria-prima no solo todos os dias, com o acordo de limitação do abastecimento do mercado. Isso ocorre mesmo com a forte demanda dos países que já estão com a vacinação avançada.
Reunidos deste a última quinta-feira (1), alguns países do cartel, liderados pela Arábia Saudita, defendem o aumento da oferta até 2022 com a justificativa da sustentabilidade dos preços.
Os Emirados Árabes Unidos, por outro lado, não aceita a proposta. A nação concorda com um aumento da oferta no curto prazo, mas clama por melhores condições para o país a partir do ano que vem, com aumento de sua cota de produção dentro de uma estrutura mais ampla da Opep+.
Especialistas têm dito que a falta de entendimento entre os países do cartel pode pavimentar o caminho de mais altas, ao menos no curto prazo. Isso ocorre porque, caso não haja outro acordo, a cota de produção para agosto permanecerá a mesma, junto com a demanda voltando a níveis pré-pandemia.
Opep enxerga chance da retomada da oferta de petróleo
Em 2020, quando a pandemia começou a impactar a demanda por petróleo, a Opep+ concordou em reduzir sua produção em cerca de 9,7 milhões de barris diários. Desde então, o grupo vem aumentando gradualmente a oferta da commodity.
A proposta feita nesta reunião, e que não foi acatada pelos Emirados Árabes, autorizava um aumento da produção em cerca de 400 mil barris por dia, nos últimos cinco meses do ano.
Com a reabertura das economias, principalmente no Hemisfério Norte, as estimativas para os preços da commodity dispararam nas últimas semanas.
Há quem diga que o petróleo será cotado a US$ 100 em 2022. Todavia, as estimativas carregam ressalvas, que vão desde o crescimento já entregue das economias — perfazendo um upside limitado — até a contração da política monetária norte-americana.
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