Petróleo: governo de Maduro estuda privatizar commodity por conta da crise

O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está estudando vender as participações majoritárias e o controle de sua indústria de petróleo para empresas internacionais do ramo. Isso encerraria o monopólio estatal do setor que reina há décadas no país. As informações são da agência “Bloomberg” e foram publicadas na última segunda-feira (27).

Alguns representantes do governo venezuelano já iniciaram conversas com empresas estrangeiras, como:

  • Rosneft (Rússia);
  • Repsol (Espanha);
  • Eni (Itália).

Segundo pessoas próximas ao assunto, a estratégia do governo de Maduro é vender a participação do petróleo para as empresas assumirem as instalações petrolíferas que eram estatais e reestruturarem dívidas da ‘Petróleos de Venezuela (PDVSA)‘ tendo como moeda de troca os ativos.

Essa ideia, entretanto, está ainda em fase inicial e conta com muitos entraves. Isso porque, para que isso aconteça, deveria ocorrer uma mudança na  legislação venezuelana. Sanções dos Estados Unidos também não permitem empresas americanas de negociarem com o governo Maduro sem permissão. Dessa forma, essas medidas também tiram o incentivo de empresas estrangeiras, não só dos EUA, de investir na Venezuela.

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A Petróleos da Venezuela já chegou a produzir 3,5 milhões de barris por dia, porém atualmente são produzidos apenas 700 mil. A Venezuela está em momento delicado em sua economia. As reservas de caixa do governo de Maduro somam menos de US$ 1 bilhão.

EUA x Venezuela

Em meio a crise econômica e política vivida ela Venezuela, os EUA pronunciaram que não consideravam o governo de Nicolás Maduro um governo legítimo em 2019.

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Em agosto do ano passado, o presidente norte-americano, Donald Trump, assinou uma ordem que congelou todos os ativos do regime de Nicolás Maduro. “Todos os bens e interesses em bens do Governo da Venezuela que se encontram nos EUA estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados nem negociados de outra maneira”, informava o texto da medida. Vale destacar que, em 2017, Trump já havia imposto sanções contra a Venezuela.

A Venezuela vive uma crise desde meados de 2015 com o governo de Maduro. Neste meio tempo, quatro milhões de pessoas já fugiram do país. A medida para desestatização do petróleo do país é um sinal de que Maduro está procurando um alívio para a economia.

Juliano Passaro

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