O petróleo fechou em alta na sessão desta quarta-feira, 18, diante de sinais renovados de que o mercado continuará apertado. Quedas nos estoques americanos e a ameaça de embargo às importações israelenses apontam para limitações na oferta global, enquanto dados melhores que o esperado na China sinalizam positivamente para a demanda.
O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,14% (US$ 1,83), a US$ 87,27 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o petróleo Brent para o mesmo mês avançou 1,77% (US$ 1,60), a US$ 91,50 o barril , na Intercontinental Exchange (ICE).
O Ministro de Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, pediu aos países muçulmanos que lancem um embargo petrolífero a Israel em retaliação à explosão de um hospital na Faixa de Gaza. A possibilidade de envolvimento do Irã na guerra tem sido um dos riscos mais monitorados pelo mercado de petróleo, já que o país é um relevante produtor da commodity. Eventuais interrupções nas operações iranianas poderiam restringir a oferta global, aumentando o preço do óleo.
“O conflito Hamas x Israel pode gerar uma ruptura na oferta em um momento de déficit. Não temos como controlar o que pode acontecer amanhã, mas o fato é que os fundamentos continuam altistas para barril de petróleo”, comentou o analista de inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX Bruno Cordeiro.
Estoques de petróleo no EUA: queda na semana
Além disso, os EUA reportaram que os seus estoques de petróleo caíram 4,491 milhões de barris na semana, enquanto analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal esperavam alta de 400 mil barris.
Do lado da demanda, o avanço maior que o previsto do Produto Interno Bruto (PIB), vendas do varejo e produção industrial da China forneceram um alento aos investidores preocupados com a desaceleração da segunda maior economia do mundo.
O analista da Oanda Edward Moya prevê que o petróleo continuará como um “favorito” nas negociações de Wall Street, dados os drivers altistas para a commodity. “A última rodada de dados dos EUA e da China sugere que as duas maiores economias do mundo apoiam uma demanda constante ou crescente de petróleo”, escreveu o especialista. “O próximo movimento dos preços dependerá de se os riscos geopolíticos perturbarão ou não os fluxos de óleo.”
Com Estadão Conteúdo