Nesta quarta-feira, 11, os futuros contratos do petróleo fecharam em forte alta, numa sessão marcada pela instabilidade. Os dados de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos pesaram sobre o óleo – entretanto, a queda do dólar e os fatores da demanda e oferta se sobressaíram. No lado da procura, a commodity foi ajudada por sinais de que dados da pandemia recuam em algumas regiões da China. No lado da oferta, ainda existem riscos, com as sanções da Rússia contra os países que são dependentes do seu gás. Investidores também acompanham a alta dos estoques de petróleo e a baixa da gasolina e destilados.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho subiu 5,96% (US$ 5,95), a US$ 105,71 o barril, enquanto o do Brent avançou 4,93% (US$ 5,05), A US$ 107,51, na Intercontinental Exchange (ICE).
O óleo começou a sessão favorecido por dados mostrando sinais de melhora da pandemia na China. Novos casos de covid-19 em Xangai caíram 50,7% nas últimas 24 horas, atingindo 1.487 infecções – a menor marca em 18 dias. Além disso, nenhuma infecção por disseminação comunitária foi relatada em oito distritos, aumentando a expectativa de que a cidade consiga escapar de restrições mais rígidas em comparação às que já estão em vigor há cerca de seis semanas.
No entanto, os contratos reduziram ganhos após o CPI americano, que subiu 0,3% em abril ante março, superando a expectativa de analistas de alta de 0,2%. Por outro lado, o índice desacelerou em relação ao avanço de 1,2% do mês anterior. Para a Pantheon, o CPI não muda a perspectiva de curto prazo para a política monetária do Federal Reserve (Fed), que deve elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base nas suas duas próximas reuniões, em junho e julho.
Mais tarde, o petróleo voltou a ganhar força, em meio à queda do dólar e se manteve assim após o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos informar que os estoques da commodity no país subiram 8,487 milhão barris na semana passada, ante expectativa de queda de 300 mil. Já os de gasolina recuaram 3,607 milhões de barris, enquanto a projeção era queda de 1,7 milhão de barris, e os de destilados caíram 913 mil barris, ante expectativa de baixa de 1 milhão de barris.
A commodity ganhou ainda mais força na esteira da decisão da Rússia de aplicar sanções à companhia controladora de um gasoduto que liga o país com Belarus, Polônia e Alemanha. A Gazprom Germania também foi alvo das medidas. De acordo com Edward Moya, da Oanda, o mercado de petróleo parece ter se decidido e se concentrará em quão apertados serão os suprimentos e não na eventual destruição da demanda que pode acontecer ainda este ano. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) afirma que um embargo da União Europeia sobre o petróleo e derivados da Rússia “provocaria impacto”. Em relatório, o instituto formado por bancos lembra que os detalhes ainda são discutidos, mas projeta “reduções significativas do volume exportado pela Rússia em 2022”.
Para o TD Securities, o crescimento da demanda global por commodities está oscilando, mas os mercados de energia provavelmente permanecerão isolados dos ventos contrários da demanda, à medida que o risco de fornecimento de energia continua aumentando. “Nossa decomposição continua a sinalizar que o risco de fornecimento de energia está aumentando, apesar do imbróglio da UE sobre a proibição do petróleo russo. Nesse contexto, o risco de oferta ainda permanece significativamente mal precificado, criando o cenário para uma recuperação substancial nos mercados de energia à medida que os ventos contrários da demanda transitória diminuam”, destaca.
Com informações do Estadão Conteúdo