O barril de petróleo Brent fechou a quarta-feira (7) próximo aos US$ 88, após queda de 5,20%, atingindo o patamar mais baixo desde o fim de janeiro deste ano.
O petróleo dos EUA recuou 5,68%, a US$ 81,94 por barril.
O preço da commodity recua em meio a crescentes preocupações com uma possível recessão mundial.
Na terça-feira, a divulgação da balança comercial de agosto da China frustrou expectativas de mercado.
As exportações do país avançaram 7,1% em agosto na comparação anual. O resultado mostra uma desaceleração frente à alta de 18% de julho e também ficou abaixo dp avanço de 12,5% esperado por economistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
As importações tiveram crescimento de 0,3% na mesma base de comparação, inferior à alta de 2,3% de julho e da expectativa dos analistas, que previam ganho de 1,5%.
A balança comercial da China foi de US$ 79,4 bilhões em agosto, abaixo dos US$ 101,3 bilhões de julho e inferior à previsão de US$ 93,3 bilhões dos analistas.
Petróleo: preocupações no Ocidente
A economia europeia está em estado de alerta devido à crise energética imposta pelo corte de gás russo, enquanto os Estados Unidos estudam a possibilidade de manter o ciclo de alta nas taxas de juros por mais tempo.
Na segunda-feira (5), o Kremlin afirmou que o corte em seu principal gasoduto de gás natural de fornecimento à Europa deve ser prolongado, e ocorre em decorrência das sanções ocidentais à Rússia desde o início do conflito na Ucrânia.
Com o corte, preços de energia dispararam, as moedas europeias caíram e líderes europeus perderam o sono com a chegada de um dos piores cenários previstos desde o início dos conflitos no leste do continente.
“Insistimos em que cabe ao Ocidente como coletivo — neste caso União Europeia, Canadá, Reino Unido — a responsabilidade pela situação ter chegado ao ponto em que está hoje”, afirmou o porta-voz do Kremlin.
Do lado dos EUA, Loretta Mester, Presidente do Federal Reserve de Cleveland, afirmou na quarta-feira que será necessário elevar o juro nominal nos Estados Unidos “acima de 4%” no próximo ano e “mantê-lo lá”.
Durante evento online, a dirigente disse que não enxerga neste momento que os juros possam ser cortados em algum momento de 2023.
Sobre o cenário internacional, a Mester comentou que a guerra na Ucrânia “é certamente um risco de baixa” ao crescimento, especialmente à Europa.
Analistas reiteram que o cenário macro desafiador alimenta preocupações de queda da demanda de petróleo, na medida em que as maiores economias do mundo desaceleram.