Os preços do petróleo dispararam após a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo chamado de Opep+. O cartel manteve sua política de cortes de produção até abril, com algumas exceções, mesmo com a forte valorização da commodity nas últimas semanas.
Analistas esperavam que a Opep+ elevasse o patamar de cortes para conter os preços do petróleo, dado o crescimento da demanda mundial após as reaberturas das economias. Com isso, a posição prudente — mas não excessiva — da organização elevou os ânimos do mercado.
Por volta das 9h desta sexta-feira (5), o barril de petróleo Brent era negociado a US$ 68,57, com uma alta de 2,74%, no maior patamar desde o início de 2020. Em 21 de abril do ano passado, o barril era cotado a US$ 19, agora se aproxima de US$ 70 — patamar que não atinge desde maio de 2019.
Já o West Texas Intermediate (WTI), produzido na principal região petrolífera dos Estados Unidos, sobe 2,54%, para US$ 65,48, negociando no maior patamar dos últimos 14 meses.
A reunião da Opep+ durou menos de três horas, mesmo com a expectativa por novos entraves entre Arábia Saudita e Rússia.
Os sauditas mantiveram a redução voluntária e adicional de um milhão de barris diários no mês que vem. Já os russos, por conta de questões sazonais, foram autorizados a aumentarem a produção diária em 150 mil barris. O mesmo serve para o Cazaquistão.
Alta do petróleo justifica mudança na Petrobras, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na última quarta-feira (3), que o preço do petróleo no mercado internacional poderia subir nas próximas semanas. Esse fato, para ele, reforça a necessidade de troca do comando da Petrobras (PETR4).
A alta da cotação da commodity pressiona ainda mais o preço dos combustíveis no Brasil. Na esteira da guinada dos preços no mercado internacional nos últimos meses, a Petrobras estabeleceu o aumento dos combustíveis no País, o que culminou na interferência e demissão do presidente Roberto Castello Branco.
“Falei sobre petróleo e eles acham que o preço ainda não está muito adequado, pode ser que tenhamos uma alta no petróleo nas próximas semanas. Isso complica pra gente e reforça nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras”, afirmou Bolsonaro.
Na teleconferência dos resultados do quarto trimestre do ano passado, Castello Branco disse que é “surpreendente” que ainda se discuta a paridade de preços com o mercado internacional no Brasil.
O mandatário salientou, contudo, que isso não se trata de uma interferência na empresa, mas que a Petrobras pode trabalhar em conjunto com outros órgãos em medidas de combate a cartéis e adulteração de combustíveis, além da diversificação do mercado de refino de petróleo.