Petróleo: AIE corta previsões para crescimento da demanda global

O surgimento da variante Ômicron do coronavírus permitirá que o fornecimento de petróleo ultrapasse a taxa com que o mundo o está consumindo, amenizando o aperto na oferta dos últimos meses, informou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta terça-feira (14).

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Em relatório mensal, a AIE reduziu sua previsão de oferta para 2022 de produtores fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 100 mil barris de petróleo por dia (bpd) e cortou sua previsão de demanda na mesma quantidade, tanto para este ano quanto para o próximo.

A AIE prevê que o consumo da commodity crescerá 5,4 milhões de bpd em 2021 e 3,3 milhões de bpd em 2022.

As viagens aéreas e, em particular, o consumo de combustível de aviação serão os mais afetados pela variante, disse a AIE. Mas, no geral, a cepa vai “desacelerar temporariamente, mas não interromper, a recuperação da demanda por petróleo”, na visão da entidade com sede em Paris.

A opinião da AIE de que o impacto da Ômicron será limitado ecoou a visão da Opep, exposta em relatório divulgado ontem. No entanto, há divergências entre a avaliação das duas organizações sobre a produção global de petróleo no próximo ano.

O cartel com sede em Viena argumentou que falta de investimento de países produtores de petróleo fora da aliança é um “potencial limitante do crescimento”, mas a AIE destacou que EUA, Canadá e Brasil devem produzir em níveis recordes.

A AIE disse que a Arábia Saudita e a Rússia – os dois líderes da Opep+ – também podem bater recordes de produção, se a aliança continuar sua política de desfazer os cortes de produção implementada no ano passado, quando o impacto econômico global da pandemia piorou.

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Pelos cálculos da instituição, a produção da Opep+ avançou 400 mil bpd em novembro.

Impacto da variante Ômicron no petróleo será “brando e de curta duração”, diz Opep+

A Opep+ prevê que o impacto da variante Ômicron no mercado de petróleo será “brando e de curta duração”, uma vez que o mundo está mais preparado para lidar com a Covid-19, informa em relatório mensal divulgado nesta segunda-feira (13).

Com isso, a Opep+ manteve inalteradas suas projeções de crescimento para a demanda de petróleo no mundo em 2021 e em 2022. Neste ano, a organização prevê crescimento da demanda global pela commodity  em 6,27% (cerca de 5,65 milhões de barris por dia), somando um total de 96,63 milhões de bpd.

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Já para 2022, a estimativa para expansão do consumo de petróleo ficou inalterada em 4,33% (cerca de 4,15 milhões de bpd), num total de 100,79 milhões de bpd.

Opep+ explica em relatório que, apesar da recuperação sólida nos últimos meses, a economia do planeta enfrenta renovados desafios, entre eles a Ômicron e a desaceleração da atividade na Ásia.

“A forte reação dos mercados ao surgimento da variante Ômicron mostrou a fragilidade do ímpeto de crescimento global, que ainda pode ser muito impactado por desdobramentos imprevistos relacionados à Covid-19”, avalia.

Para os países exportadores de petróleo, a retomada voltará a ter taxas mais normais de crescimento no próximo ano, depois de passadas as distorções causadas pela pandemia.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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