A agência de classificação de riscos Moody’s divulgou um relatório afirmando que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) desequilibra moldes de consumo de energia de longa data, o que gera um crescimento na volatilidade dos preços para o petróleo e gás.
Além disso, a Moody’s reforçou no documento que a pandemia de Covid-19 levou a um grande recuo nos preços do petróleo, o que, por sua vez, levou a uma aumento nas diferenças entre as companhias do setor de energia energia “fortes e fracas”.
A recuperação do setor da commoditie, por sua vez, vai depender de um crescimento na demanda, de acordo com a reação da atividade, principalmente “no sudeste asiático e nos Estados Unidos“. Mas ainda sim, apontou que “a recuperação deve ser desigual”.
A desigualdade na recuperação, deve trazer danos para os moldes de consumo de energia no longo prazo, bem como deve acarretar em um crescimento na volatilidade nos preços, segundo projeta a Moody’s.
Apesar disso, os baixos preços de combustíveis não obrigam-se a estimular a demanda por produtos refinados, apontou a agência norte-americana.
“Os preços baratos de combustível não irão fomentar a demanda por produtos refinados, porém, com a demanda maior dependendo do crescimento econômico e da força dos mercados para certos produtos refinados”, destacou o relatório.
Em relação a receita das empresas nacionais do setor de petróleo, a agência espera que se recuperem em dois ou três anos, conforme a retomada das atividades e de possíveis ações políticas após coronavírus.
A mudança duradoura na demanda global pelo petróleo
Depois de se recuperar de um crash histórico no primeiro semestre de 2020, o petróleo está novamente sob pressão do mercado, já que a oferta voltou a aumentar e a demanda caiu bruscamente.
A desaceleração do consumo de petróleo na China e o ressurgimento de casos de coronavírus na Europa estão minando a recuperação da demanda da commodity. Para aumentar a pressão, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) diminuíram os cortes recordes na produção que impuseram no início do ano para provocar uma alta nos preços.
A OPEP e seus aliados destacaram a fragilidade do mercado de petróleo na última quarta-feira (19), ao dizer que a pandemia representa uma ameaça contínua para o setor. O cartel disse que os enormes volumes de petróleo armazenados em terra e no mar no início deste ano começaram a diminuir, mas acrescentou que “o ritmo de recuperação parecia ser mais lento do que o previsto”.