Os preços do petróleo atingiram o maior nível desde 2014, em sessão marcada pela volatilidade, impulsionado pela possibilidade de ação militar da Rússia na Ucrânia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, chegou a dizer que o país poderia ser invadido na próxima quarta-feira (16).
O petróleo Brent subiu 2,2% para fechar em US$ 96,48 o barril, após tocar a máxima desde setembro de 2014 a US$ 96,78. Já o petróleo WTI cresceu 2,5%, para fechar em US$ 95,46 o barril, após atingir US$ 95,82, também o maior patamar desde 2014.
Como a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo, o temor de uma possível invasão na Ucrânia levou o rali do petróleo para mais próximo da marca de US$ 100 por barril. O conflito traz desabastecimento e puxa o preço ainda para o alto, já vez que resulta em menos oferta da commodity.
No contraponto, o G7 – grupo de grandes economias ocidentais formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – também fez uma reunião extraordinária nesta segunda-feira trazendo críticas em carta oficial de sanções para a Rússia caso venha a concretizar o ataque à Ucrânia.
“Essas sanções para Rússia não são tão simples, pois têm respaldos econômicos globalmente, uma dificuldade de transporte de óleo combustível, gás natural, por exemplo. E isso também causa impacto na economia americana. Qualquer sanção pesada do G7 em relação à Rússia acaba sendo uma faca de dois gumes para a economia americana. É um ponto de atenção”, disse Felipe Kulchetscki, fundador da JFK Investimentos.
Segundo Kulchetscki, o mercado brasileiro parece estar se defendendo bem contra esse efeito global causado pelo conflito: “O Brasil iniciou seu ciclo de alta de juros bem antes que países emergentes, então deve ter um controle inflacionário mais rápido que os outros. O aumento do ciclo de Selic aqui foi mais cedo, então também deve terminar antes. Outro fator importante é reconhecer que eventual conflito de fato pode trazer um aumento maior no preço das commodities no mundo e Brasil tem muitas empresas vinculadas a commodities, o que acaba impactando positivamente essas empresas nacionais”.
Petróleo dispara, mas Petrobras entra em queda livre
Mesmo com a disparada dos preços do petróleo, a maior petroleira do país se destacou negativamente como a maior queda do Ibovespa hoje. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 2,25%, cotadas a R$ 33. Já as ordinárias (PETR3) tiveram baixa de 2,58%, negociadas a R$ 36,24.