A tensão entre Rússia e Ucrânia se intensificou nesta terça-feira (22), levando para cima os preços dos contratos futuros de petróleo, com o temor de que um conflito entre as nações poderia afetar a oferta do commodity. As sanções impostas a Moscou também pautaram o mercado. Nesta conjuntura, o patamar de US$ 100 o barril é cogitado, mas há quem veja números ainda maiores.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril subiu 1,88% (US$ 1,70), a US$ 91,91, enquanto o do Brent para o mesmo mês avançou 1,52% (US$ 1,45), a US$ 96,84, na London Metal Exchange (LME).
O reconhecimento da independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, pela Rússia, seguido pelo anúncio da mobilização de tropas do país para a área aumentou os temores por um maior conflito, e levou uma série de países a preparar sanções. Nesta terça, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou que decidiu suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2, que liga seu país à Rússia.
Analistas apostam no barril de petróleo em três dígitos
O barril deve chegar a três dígitos no curto prazo, avalia o Julius Baer. Para o banco, não é mais uma questão de “se”, mas “quando” a marca de US$ 100 será alcançada. “O mercado de petróleo se tornou um barômetro do medo para a crise na Ucrânia“, diz o banco suíço. Analistas apontam que, com a crise diplomática se intensificando, as preocupações sobre sanções no setor de energia e consequentes interrupções estão crescendo. O comércio de gás e petróleo da Rússia para o restante da Europa é substancial, avaliam.
Para a Capital Economics, se os fluxos de energia forem interrompidos, os preços do petróleo podem ficar em torno de US$ 120-140 por barril, antes de voltar a cair à medida que os fluxos comerciais são redirecionados. Mesmo que o Ocidente não implemente sanções diretas às exportações de energia da Rússia, as tensões com a Rússia podem manter os preços do petróleo mais altos por mais tempo, aponta a consultoria.
A Moody’s, por sua vez, avalia que o avanço recente dos preços do petróleo é fruto do aumento de riscos geopolíticos, mas também da falta de investimentos na produção da commodity. A alta em cerca de 20% desde o início do ano, superando US$ 90 o barril, indica alta volatilidade em um mercado “apertado”, com crescente demanda, incerteza sobre oferta adicional e capacidade de produção ociosa limitada, aponta.
(Com informações da Agência Estado)