Os futuros contratos do petróleo dispararam de 5%, com a proposta da União Europeia (UE) de embargar importações do petróleo russo e também pelos dados fornecidos pelo Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos. O dia foi marcado ainda pela queda do dólar.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 5,27% (US$ 5,40), a US$ 107,81 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês seguinte avançou 4,92% (US$ 5,17), a US$ 110,14 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou hoje que a UE vai parar de importar petróleo da Rússia, ao propor um sexto pacote de sanções contra Moscou pela guerra na Ucrânia. No entanto, de acordo com a Reuters, enviados dos 27 países-membros da UE não chegaram a um acordo imediato sobre a proposta. Os representantes, porém, devem se reunir novamente amanhã.
Após o anúncio, o óleo ganhou força, revertendo perdas de ontem e se mantendo em alta após o DoE informar que os estoques da commodity no país subiram, contrariando expectativa de queda, enquanto os de gasolina e destilado recuaram.
Para a Capital Economics, com a proposta da UE, se aprovada, espera-se que as exportações de petróleo da Rússia caiam cerca de 20% este ano, o que, por sua vez, manteria os preços do petróleo acima de US$ 100 por barril. “A menos que os preços do gás natural caiam e/ou haja sanções secundárias ao petróleo russo, isso não causará grandes problemas para a economia da Rússia imediatamente”, afirma Capital Economics, em relatório enviado a clientes.
Segundo a Rystad Energy, a reação do mercado a longo prazo pode ser relativamente contida, especialmente se a lei de embargo final for menos severa e abrangente do que a proposta inicial, devido às regras de unanimidade da UE. “O anúncio de hoje não é surpresa para o mercado, pois os fluxos de notícias sinalizaram que a UE está trabalhando no prazo de meados de maio para a próxima rodada de sanções em que o embargo de petróleo russo estava sobre a mesa”, destaca.
Amanhã, o foco será a reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). De acordo com um relatório ao qual a Reuters teve acesso, a Opep+ prevê um superávit de petróleo de 1,9 milhão de barris por dia (bpd) em 2022, 600 mil bpd maior do que a estimativa anterior, em meio a expectativas de avanço mais lento da demanda neste ano.
Com informações do Estadão Conteúdo