Petrobras (PETR4) e Vibra (VBBR3) podem ser prejudicadas com fim de acordo, diz Goldman
Em relatório divulgado na quarta-feira (10), o Goldman Sachs (GSGI34) avaliou que a não renovação de licença de marcas por parte da Petrobras (PETR4) para a Vibra Energia (VBBR3) é ligeiramente negativa para a estatal. Para a distribuidora, também pode ser ruim no longo prazo, diz o banco.
No texto, os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins pontuaram que para a Petrobras, o fim do acordo “pode representar a disposição da empresa em retornar ao negócio de distribuição de combustíveis nos próximos anos, o que poderia exigir alocação adicional de capital e reduzir a disponibilidade de fluxo de caixa livre para pagar dividendos aos acionistas no curto prazo“.
Já para a Vibra, o Goldman acredita que a decisão pode ser negativa no longo prazo, mas que não deve impactar as operações pelo menos até 2029. “Na verdade, acreditamos que o reconhecimento da marca é um aspecto comercial fundamental do setor de distribuição de combustíveis e também pode influenciar a dinâmica da quota de mercado”.
O banco observa, também, que a eventual entrada de um novo concorrente (Petrobras) poderia levar a concorrência adicional para as distribuidoras Vibra, Raízen, da Cosan (CSAN3) e Ipiranga, da Ultrapar (UGPA3).
O Goldman tem recomendação de ‘compra’ tanto para as ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) de Petrobras – com preço-alvo a R$ 41 e R$ 45,10, respectivamente – quanto para as ações ordinárias de Vibra (VBBR3), com preço-alvo a R$ 26,80.
Relembre o caso
Na última terça-feira (9), a Petrobras informou que notificou a Vibra Energia que não tem interesse em prorrogar o prazo de vigência nos termos do atual contrato de licença de uso de marcas da companhia.
O acordo teve início em 28 de junho de 2019 e se encerrará em 28 de junho de 2029. O referido contrato seguirá vigente, sujeito aos termos e condições contratuais, informou a Petrobras.
“A não renovação da licença permitirá a eventual avaliação de novas estratégias de gestão de marca e oportunidades de negócios para a Petrobras. Qualquer decisão observará a governança da companhia”, diz a estatal.
Também em comunicado, a Vibra Energia, que tem origem na privatização da BR Distribuidora, afirmou que o comunicado da Petrobras “não gera qualquer mudança na estratégia da companhia em relação aos seus revendedores e clientes em geral”. Disse, ainda, que a “possibilidade da não renovação do contrato após 2029 já fazia parte dos planos de médio e longo prazo da empresa”.
Desempenho das ações da Petrobras
Cotação PETR4