A Petrobras vai vender a TAG, sua unidade de gasodutos, para a francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Depot et Placement du Québec. O valor da operação, segundo fonte ouvida pela revista Exame, é de US$ 9 bilhões.
O acordo foi fechado após Engie e Caisse vencerem a última rodada de ofertas, de acordo com a fonte. Nenhuma das empresas comentou o processo, tratado como confidencial. Dados da Bloomberg indicam ser a maior venda de ativos já concretizada pela Petrobras.
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As estrangeiras ficarão com 90% da rede de gasodutos, compreendendo 4.500 quilômetros e dez estados do norte do Brasil. A TAG dispõe de uma capacidade firme contratada de movimentação de gás natural de 74,67 milhões m³/dia, gerindo importante parcela dos ativos de transporte de gás natural do Brasil.
A nova gestão da estatal, sob a presidência de Roberto Castello Branco, tenta deixar a companhia mais enxuta. O executivo já declarou que quer torná-la uma empresa de baixo custo, aumentando o retorno sobre o capital de investimentos e reduzindo os custos por meio de venda de ativos. “Meu sonho é estar apto para implantar uma agenda de transformação que a torne (a Petrobras) uma companhia mais forte, mais eficiente e uma das melhores”, disse.
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Os esforços para reduzir custos vêm em muitas frentes. Em março, a Petrobras anunciou a intenção de cortar US$ 8,1 bilhões em gastos operacionais. Os cortes focariam despesas com funcionários, propaganda e escritórios. A empresa até desocupou o prédio em São Paulo que abrigava sua sede administrativa (Edisp). Já em relação aos funcionários, os planos são abrir um programa de demissão voluntária.
Castello Branco disse que a empresa estatal vai levantar cerca de US$ 10 bilhões com a venda de ativos neste mês. Para ele, subsidiárias como a Petrobras Distribuidora (BR) teria maior capacidade de geração de valor para o Brasil se privatizada.
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“Temos um programa agressivo de desinvestimentos. Nos primeiros quatro meses [de 2019] realizamos US$ 10 bilhões com a venda de ativos e vamos fazer muito mais que isso”, afirmou ele, considerando a operação de abril. “Em 12 meses, teremos de três a quatro vezes esse valor, mas isso vai depender da velocidade que consigamos imprimir. A posição da Petrobras, com 98% do refino, é um absurdo. Vamos vender e tirar qualquer tentação para exercício de monopólio. E, de saída, ter menos de 50%”.