A Petrobras (PETR4) ainda tem em seu balanço uma perda acumulada de R$ 9 bilhões por causa da venda de combustível. Entre 2011 e 2014, a estatal petrolífera vendeu gasolina e diesel a preços inferiores à cotação internacional. Uma medida imposta pelo então governo da presidente Dilma Rousseff para tentar controlar artificialmente a inflação.
Segundo cálculos realizados pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a pedido do jornal “O Globo“, a Petrobras acumulou prejuízos de R$ 71,2 bilhões no período. Desde então, a petrolífera voltou a adotar uma política de alinhamento de preços ao valor do barril de petróleo e ao câmbio com o dólar. Entretanto, os ganhos chegaram apenas a R$ 62,2 bilhões. Ainda insuficientes para compensar integralmente as perdas acumuladas anteriormente.
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O alinhamento dos preços internos com as cotações internacionais do combustível é fundamental. Somente dessa forma a petrolífera consegue reduzir seu endividamento e gerar caixa. Em oito anos, a Petrobras já recuperou as perdas com o diesel, mas não com a gasolina. E seu endividamento total caiu de US$ 126,2 bilhões em 2015 para US$ 88,1 bilhões no terceiro trimestre de 2018.
Entretanto, a partir de 2016, e por causa também da forte oscilação nas cotações do barril de petróleo, os repasses aos consumidores passaram a ser quase diários. Uma política de preço que gerou insatisfação entre muitas categorias, como por exemplo os caminhoneiros. Em maio eles iniciaram uma greve que durou 11 dias e prejudicou até o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
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A paralisação levou para o centro da discussão pública a política de preços dos combustíveis. O então presidente da Petrobras, Pedro Parente, que tinha recebido carta branca pelo presidente Michel Temer, acabou renunciando. Ele tentou resistir as pressões do Executivo para mudar a política de formação de preços mas acabou abandonando o cargo.