Em relatório, a agência de classificação de risco S&P Global reiterou a nota de crédito da Petrobras (PETR4) em ‘BB’ e ‘brAAA’, com perspectiva estável, limitada pela nota soberana do Brasil, após avaliação baseada em novos critérios de administração e governança.
No texto, os analistas Luísa Vilhena, Flávia Bedran e Luciano Gremone destacam que a avaliação da administração e governança da Petrobras é ‘moderadamente negativa’, e incorpora certos pontos fracos que pesam em sua qualidade de crédito.
“Isto resulta de algumas preocupações sobre a eficácia e a capacidade do conselho de proteger os interesses de todos os stakeholders da empresa. Tais preocupações incluem os riscos de uma potencial interferência do governo na política de preços de combustíveis da Petrobras, o que poderia prejudicar sua rentabilidade e fluxo de caixa, como ocorreu no passado. Existe também um histórico de altos índices de rotatividade no conselho da companhia, resultando também em saídas de executivos”, pontuam.
Ainda de acordo com a S&P, a perspectiva estável dos ratings da Petrobras reflete aquela atribuída ao rating soberano do Brasil, e incorpora a expectativa de que a empresa manterá alavancagem baixa, apesar de investimentos maiores nos próximos dois anos.
Petrobras (PETR4) inicia medições de vento em alto-mar na região do pré-sal para geração eólica
A Petrobras, Shell Brasil, TotalEnergies, CNPC e CNOOC e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) iniciaram uma série de medições eólicas em alto-mar, na região do pré-sal, para verificar a viabilidade técnica de instalações eólicas na região.
A pesquisa faz parte do Projeto Ventos de Libra, que conta com um investimento de R$ 8 milhões e é mencionada pela Petrobras como uma proposta promissora por ter a pretensão de avaliar o potencial de integração entre sistemas eólicos offshore e projetos de produção de petróleo na região do pré-sal.
A coleta dos primeiros dados acontece no Campo de Búzios, na Bacia de Santos e, este ano, será ampliada para o Campo de Mero. O objetivo é coletar informações inéditas e de alta qualidade sobre o comportamento dos ventos da região para subsidiar futuros projetos de eólica offshore no pré-sal.
O Consórcio de Libra é operado pela Petrobras (38,6%) em parceria com a Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNPC (9,65%), CNOOC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A. – PPSA (3,5%), que exerce papel de gestora do Contrato de Partilha de Produção, no Consórcio de Libra, e representa a União na área não contratada.
Segundo a Petrobras, o projeto visa desenvolver avanços científicos em modelagem do vento, metodologia de medição de dados, aprimoramento de modelos, redução de incertezas e riscos para implantação de projetos eólicos flutuantes em regiões de águas ultraprofundas. Os resultados irão subsidiar as próximas etapas de desenvolvimento, visando a avaliação de implantação de turbinas eólicas associadas a sistemas de produção de óleo e gás na região.
“As tecnologias empregadas nesse projeto multidisciplinar serão capazes de avaliar o potencial eólico offshore na região do pré-sal e contribuir para a elevação do padrão tecnológico nacional”, avalia o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes.
“Os projetos eólicos offshore consistem em um grande desafio científico e tecnológico, ampliado pelas condições que se apresentam na região do pré-sal, a cerca de 200 km da costa, em profundidades d’água de até 2 mil metros”, observa.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim, diz ainda que “projetos desta natureza podem indicar potenciais caminhos para continuarmos avançando na descarbonização das nossas atividades, em linha com o que já anunciamos no nosso Plano Estratégico“.
Petrobras: avaliação do potencial eólico
A estação de medição de ventos foi instalada no navio-plataforma P-75, que é do tipo FPSO (unidade flutuante que produz, armazena e transporta petróleo), no bloco de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
A tecnologia consiste em um sistema de medições de sensoriamento remoto do tipo Lidar (Light Detection and Ranging), com equipamento que também dispõe de outros sensores para fornecer subsídios aos estudos de aprimoramento dos métodos de medição de dados eólicos offshore.
Os dados serão acumulados e transmitidos diretamente do FPSO P-75 para o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras, o Cenpes, e serão avaliados por um período de três anos. No projeto está prevista a instalação de mais um equipamento, este ano, em outra plataforma do pré-sal, no Campo de Mero.
“As campanhas de medição não são novidade para a Petrobras. Há uma década a empresa iniciou estudos de viabilidade para implantação da atividade eólica offshore, com a instalação da primeira torre anemométrica, capaz de medir características do vento, no mar do Brasil, em uma plataforma instalada em águas rasas no litoral do estado do Rio Grande do Norte”, lembra o diretor de Engenharia e Tecnologia e inovação da Petrobras, Carlos Travassos. Já as primeiras medições no campo de Mero ocorreram em 2019, em caráter de teste curto, a bordo do FPSO Pioneiro de Libra.
Desempenho das ações de Petrobras
Cotação PETR4
*Com informações de Estadão Conteúdo