Petrobras (PETR4): entenda a montanha russa das ações nesta quinta-feira
As ações de Petrobras (PETR4) operam em sobe e desce frenético nesta quinta-feira (4), com novidades em relação a um possível pagamento de dividendos extraordinários. O tema, anteriormente descartado pela administração da estatal, botou pressão no futuro do presidente Jean Paul Prates, levando o mercado a cogitar possíveis nomes para substituí-lo, como o do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
As ações chegaram a cair mais de 2%, após a notícia de que Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é um dos nomes cotados para assumir a estatal. No entanto, recuperou praticamente todas as perdas com outra notícia sobre a aprovação de dividendos de dividendos.
Cotação PETR4
Segundo a colunista Raquel Landim, da CNN Brasil, Mercadante tem sido um dos nomes aventados para o cargo desde a transição e está na lista do presidente Lula. Ainda de acordo com fontes, a demissão do atual presidente, Jean Paul Prates, é iminente.
Uma fonte do site Pipeline, do Valor Econômico, diz que o atual presidente do BNDES já teria inclusive aceitado o convite do presidente Lula – mas o governo e Prates não confirmaram essa informação.
“Mercadante é um nome que o mercado entende como sendo da ala um pouco mais radical do Partido dos Trabalhadores (PT). Ao menos a história política dele mostra isso, o que naturalmente não seria bem visto pelo mercado, tanto que as ações caíram 5%. A gente está falando de uma perda de valor de mercado de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em questão de 15, 20 minutos”, avalia Leandro Petrokas, sócio da Quantzed.
“Talvez o governo abandone rapidamente essa indicação, ou não. A gente não sabe exatamente como o governo vai agir, como vai dar continuidade nessa indicação e quanto vai ser na base de eventualmente forçar até conseguir ou vai fazendo testes, jogando nomes, testando, e a hora que tiver meio que uma aceitação consiga realmente emplacar alguém na presidência da estatal”, completa o analista.
De acordo com a apuração da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, na quarta-feira (3), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pediu uma reunião com Lula para conversar sobre ataques disparados contra ele por pessoas do próprio governo. Prates, inclusive, considerou deixar o cargo, embora espere que o presidente da República apoie sua permanência.
De acordo com a publicação, Prates pretende definir de uma vez a sua situação na empresa, expondo a Lula as conquistas e os problemas de sua gestão. Ele decidiu tomar a iniciativa depois que os ataques se intensificaram após a crise dos dividendos extraordinários, partindo especialmente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse Bergamo.
A colunista lembrou que o presidente da Petrobras mantém o apoio de lideranças do PT, de senadores da base de Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Consideram que a saída de Prates neste momento poderia ser traumática para a empresa e o governo, gerando uma crise desnecessária.
Também na quarta-feira (3), a coluna Painel S.A, também da Folha de S. Paulo, comentou que nomes de potenciais substitutos para o cargo de presidente da Petrobras já estariam circulando em Brasília.
Entre eles, está o de Bruno Moretti, atual secretário especial de análise governamental da Presidência da República. Assessores do Planalto afirmam que ele é uma indicação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, como alternativa a Marcus Cavalcanti, que a pasta não quer tirar do comando do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI).
Um outra opção, diz a Folha, é o nome de Magda Chambriard, que atuou na Petrobras antes de migrar para a Agência Nacional de Petróleo (ANP), presidido por ela entre 2012 e 2016.
Petrobras: ministros deram sinal verde para dividendos extraordinários, diz jornal
Após a reação negativa do mercado a respeito de uma possível nomeação de Mercadante para o cargo de CEO da Petrobras, o mercado recuperou praticamente todas as perdas com outra notícia sobre aprovação de dividendos.
Conforme a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, Alexandre Silveira, de Minas e Energia e Rui Costa, da Casa Civil, fecharam um acordo para pagar os dividendos extraordinários da Petrobras que foram retidos.
A apuração de bastidores mostra que a decisão foi por distribuir 100% dos dividendos extraordinários da Petrobras, que representa uma cifra de R$ 43,9 bilhões. Agora, essa decisão deve ser levada ao Presidente da República, Lula (PT). A avaliação é de que o mandatário deve aprovar a medida.
Após isso, esse tema será levado para a apreciação do conselho de administração da Petrobras, em uma reunião que ocorrerá no dia 19 de abril. Na votação que optou pela não distribuição dos proventos, 6 dos 11 conselheiros decidiram reter, sendo representantes do Governo Federal, que é acionista majoritário. Jean Paul Prates, CEO da companhia, se absteve.
“Sobre os dividendos, acredito que em alguma medida, é uma vitória do Ministério da Economia, haja visto que é um governo que não está muito preocupado em reduzir gastos, ou seja, busca o equilíbrio fiscal por meio de aumento de receitas e, claro, o dividendo distribuído da Petrobras vai uma parte direcionada pro governo, que é um dos principais acionistas da empresa. Então é um reforço de caixa, é uma receita aí que ajuda no equilíbrio fiscal do país”, comenta Petrokas.