O presidente da Petrobras (PETR4), Joaquim Silva e Luna, marcou presença em publicações de alcance nacional neste domingo para defender a política de preços da companhia e para afirmar que a Petrobras já não é “aquela empresa estatal na qual havia interferência do governo”. As falas de Silva e Luna publicadas pelo jornal O Globo, ao qual o executivo deu uma entrevista, e pelo jornal O Estado de S. Paulo, em artigo assinado pelo executivo.
Ao jornal carioca, Luna e Silva sustentou que a Petrobras “não pode praticar políticas públicas, mas tem responsabilidade social”. Segundo o presidente da estatal, as ações sociais da empresa não costumam ter a visibilidade necessária, o que mesmo “agentes públicos” desconhecem atuação.
Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) aumentou a pressão sobre a Petrobras por conta dos reajustes nos preços dos combustíveis. No Twitter, o político afirmou que os preços estão “insustentáveis” e que cabe à Petrobras encontrar uma solução que não seja o “simples repasse frequente”.
‘Colchão de amortecimento’
Em Brasília, voltou a circular a ideia de criar um “fundo regulador”, cujos recursos poderiam ser consumidos em momentos de alta nos preços dos combustíveis por conta da desvalorização cambial ou da alta do petróleo no mercado internacional, principais motivos para a escalada da gasolina e do diesel nas bombas.
Ao Globo, Silva e Luna falou sobre o que classificou como “colchão de amortecimento”, financiado por tributos pagos pela Petrobras. A possível solução, sustentou, beneficiaria principalmente os caminhoneiros.
“O governo está agindo, e a Petrobras faz parte dessa solução porque ela paga dividendo, paga recurso para o Ministério da Economia tomar decisões”, pontuou o presidente da estatal, que negou sofrer pressão do presidente Jair Bolsonaro para segurar o preço do combustível. Segundo Silva e Luna, Bolsonaro somente “busca informações, mas entende perfeitamente”.
No artigo publicado no Estadão, Silva e Luna enfatizou a importância do pagamento de dividendos por parte da Petrobras.
“Essa remuneração é a forma estabelecida em lei para prover retorno a centenas de milhares de investidores, entre eles os que aplicaram na companhia suas economias, incluindo seus FGTS e fundos de aposentadoria. Foi a confiança desses investidores que permitiu, ao longo de décadas, que ela gerasse tanto desenvolvimento e riqueza dentro do Brasil e se tornasse uma empresa globalmente vitoriosa”, escreveu.
Na última segunda-feira (27), a Petrobras realizou uma entrevista coletiva durante o pregão para reafirmar a importância e a continuidade de sua política de preços, que busca equiparar os preços praticados internamente com os valores do mercado internacional. No dia seguinte, a empresa anunciou aumento de 8,9% no diesel que sai da refinaria, um reajuste médio de R$ 0,25 por litro.