A Petrobras (PETR3; PETR4) registrou um prejuízo de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre de 2020. Os resultados da estatal petrolífera foram divulgados nesta quinta-feira (14).
A Petrobras reverteu o resultado registrado no primeiro trimestre de 2019, quando tinha obtido um lucro líquido de R$ 4,03 bilhões. No último trimestre do ano passado o lucro tinha sido de R$ 8,153 bilhões.
No acumulado do ano passado, a estatal tinha registrado o maior lucro da história, em R$ 40,1 bilhões. A última vez que a Petrobras chegou a registrar um resultado negativo tinha sido no terceiro trimestre de 2017, quando tinha registrado uma contração de R$ 5,48 bilhões.
A receita bruta da empresa petrolífera foi de R$ 75,469 bilhões, uma queda de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação ao quarto trimestre de 2019 essa queda foi de 7,7%, quando tinha sido R$ 81,771 bilhões.
Segundo a empresa, o resultado foi influenciado pela revisão de preços dos ativos afetados pelo impacto da crise do coronavírus (covid-19). Além disso, no primeiro trimestre as despesas operacionais cresceram 243% em relação aos últimos três meses de 2019. Isso pois foram reconhecidos R$ 65,3 bilhões em impairments.
Os ativos reavaliados foram campos de petróleo em águas rasas e profundas. Isso pois as decisões de investimento tinham como base expectativas mais otimistas sobre as cotações do preço do petróleo no longo prazo.
“O impairment dos campos de águas rasas corresponde a 100% no valor de livro desses ativos, os quais tinham a uma produção média de 23 Mbpd”, salientou a Petrobras em seu relatório de resultados.
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A projeção de preço de longo prazo do barril do tipo Brent foi modificada pela Petrobras, passando de US$ 63,20 no primeiro trimestre de 2019 para US$ 50,3 no primeiro trimestre desse ano.
“As mudanças de comportamento gestadas durante a fase de distanciamento social e a continuação de estímulos governamentais à substituição dos combustíveis fosseis são outros fatores que nos levam a ter uma visão mais cautelosa sobre a evolução dos preços do petróleo ao longo dos próximos anos”, escreveu a empresa em seu relatório.
Petrobras tem Ebitda em alta e dívida em queda
O Ebitda ajustado foi de R$ 37,504 bilhões, com um aumento de 36,4% em relação ao resultado obtido no mesmo período do ano passado, quado tinha sido de R$ 27,487 bilhões.
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Por sua vez, a dívida bruta foi de R$ 89,237 bilhões, uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando tinha sido de R$ 106,007 bilhões. A dívida líquida passou de R$ 95,525 no primeiro trimestre de 2019 para R$ 73,131 bilhões no primeiro trimestre desse ano. Uma queda de 23,4%.
“Terminamos o primeiro trimestre de 2020 com saldo de caixa de US$15,5 bilhões, o que implicou em aumento de dívida de apenas US$2,1 bilhões em relação a dezembro de 2019, pois nos dois primeiros meses do ano estávamos continuando a diminuir o endividamento da companhia. O crescimento da dívida no curto prazo não significa o abandono do objetivo estratégico de perseguir um endividamento bruto de US$60 bilhões. Estamos implementando diversas ações que entre outras consequências atuarão para restringir o consumo de caixa e eliminar a necessidade de recorrer à contratação líquida de dívida”, salientou o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, em sua mensagem que acompanhou os resultados.
A Petrobras tinha informado no final de abril que, apesar da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, a produção no primeiro trimestre de 2020 registrou crescimento. Conforme dados do relatório trimestral, houve um aumento de 14,6% na produção total, 13,3% na produção comercial e 17,7% na produção de óleo.