A Petrobras (PETR3; PETR4) encerrou o terceiro trimestre de 2019 com R$ 9,087 bilhões de lucro líquido. O montante representa uma alta de 36,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado da Petrobras foi influenciado pelo aumento da produção em suas atividades e pela conclusão do follow-on das ações da BR Distribuidora. Dessa forma, a petroleira anunciou que irá distribuir, na forma de juros sobre o capital próprio (JCP) o valor de R$ 2,6 bilhões aos seus acionistas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 32,6 bilhões, um aumento em 9,1% em relação ao terceiro trimestre de 2018. Isso foi possível pelo desempenho operacional positivo. O balanço divulgado na última quinta-feira (24) continha uma mensagem do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, destacando que a companhia atingiu, nos últimos três meses, o seu recorde histórico de fluxo de caixa operacional.
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Embora tenha elevado em 14,6% a produção de óleo e gás, as receitas líquidas da Petrobras caíram 13,5%, chegando a R$ 77,051 bilhões. A desvalorização do petróleo foi o agravante pela queda das receitas. A cotação do barril do tipo Brent permaneceu, em média, US$ 61,94, diminuição de 17,7% na comparação anualizada.
Com a conclusão da oferta secundária de ações da BR e do desinvestimento do Polo Pargo, na Bacia de Campos, a companhia brasileira recebeu US$ 2,9 bilhões para o seu caixa no terceiro trimestre. Os movimentos fizeram que a Petrobras reduzisse a sua alavancagem, além de contribuir com o lucro.
Petrobras corta despesas
A dívida bruta da empresa retraiu 11%. Ao fim do segundo trimestre deste ano, era de US$ 101 bilhões, chegando agora a US$ 89,9 bilhões, com os efeitos do IFRS16. Utilizando o mesmo parâmetro comparativo, a dívida líquida passou de US$ 83,7 bilhões para US$ 75,4 bilhões, caindo 10%.
Segundo a Petrobras, a relação dívida líquida/Ebitda foi de 2,69 vezes para 2,58 vezes. A meta da empresa é fazer com que a desalavancagem passe ao patamar de 1,5 vez ao longo do ano que vem.
De acordo com a estatal, a securitização dos recebíveis da Eletrobras (ELET3; ELET6), no valor de R$ 8,4 bilhões, também colaborou para a redução da dívida da empresa. Não obstante, isso mitigou o risco de não recebimento dos fluxos futuros. A operação, no entanto, causou uma despesa financeira de R$ 509 milhões.
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Castello Branco, em sua carta aos acionistas, comemorou a diminuição da dívida, mas ressaltou que a Petrobras está apenas “no início de uma caminhada com muitos e importantes obstáculos a vencer”.
“Somos ainda uma companhia muito endividada, com custos altos e numa indústria que se defronta com grandes desafios num cenário global de aceleração de mudanças e crescente interdependência entre diferentes atividades econômicas”, disse.
Além disso, Castello Branco afirmou que a estatal tem implementado várias iniciativas para cortar custos de forma definitiva. Com esse objetivo, o presidente disse que mais de 2 mil funcionários já se inscreveram em Programas de Demissão Voluntária (PDV) recém lançados pela petroleira.
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Castello Branco também afirmou que a Petrobras desocupará quatro prédios até o fim deste ano e que pretende diminuir o número de escritórios fora do Brasil de 18 para cinco.
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