O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta sexta (15) que deseja ver a petrolífera privatizada, o BNDES “extinto” e o fim das empresas estatais no Brasil. Ele acrescentou, no entanto, que “nem sempre se pode ter tudo”. A declaração foi dada no evento “A nova economia liberal”, realizada na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.
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“Como liberal, somos contrários a empresas estatais. Petrobras também privatizada e o BNDES extinto, esse seria o meu sonho. Mas é como a música dos Rolling Stones, ‘You Can’t Always Get What Yout Want'”, disse Castello Branco. “Na América Latina, temos um exemplo de estatal bem-sucedida, que é a Codel, do Chile, maior produtora de cobre do mundo. Já que não podemos privatizar, nem temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobras no mais próximo possível de uma empresa privada”.
O presidente da estatal, abertamente liberal, declarou anteriormente que quer tornar a Petrobras uma empresa de baixo custo. o objetivo é aumentar o retorno sobre o capital de investimentos e reduzir os custos por meio de venda de ativos. “Meu sonho é estar apto para implantar uma agenda de transformação que a torne (a Petrobras) uma companhia mais forte, mais eficiente e uma das melhores”, disse.
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Além disso, a companhia está fazendo esforços para reduzir custos. Na semana passada, ela anunciou a intenção de cortar US$ 8,1 bilhões em gastos operacionais. Os cortes focariam despesas com funcionários, propaganda e escritórios. Em fevereiro, a empresa desocupou o prédio em São Paulo que abriga sua sede administrativa (Edisp). Já em relação aos funcionários, os planos são abrir um programa de demissão voluntária.
Castello Branco disse que a Petrobras vai levantar no próximo mês cerca de US$ 10 bilhões com a venda de ativos. Para ele, subsidiárias como a Petrobras Distribuidora (BR) teria maior capacidade de geração de valor para o Brasil se privatizada.
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“Temos um programa agressivo de desinvestimentos. Nos primeiros quatro meses [de 2019] realizamos US$ 10 bilhões com a venda de ativos e vamos fazer muito mais que isso”, afirmou ele, considerando a operação de abril. “Em 12 meses, teremos de três a quatro vezes esse valor, mas isso vai depender da velocidade que consigamos imprimir. A posição da Petrobras, com 98% do refino, é um absurdo. Vamos vender e tirar qualquer tentação para exercício de monopólio. E, de saída, ter menos de 50%”.