A XP divulgou nesta segunda (27) uma análise sobre as ações da Petrobras (PETR4). A corretora retomou a cobertura da companhia com recomendação de compra, diz que os papéis estão com valores baixos e projeta visão positiva para 2022, o que inclui dividendos robustos e preço-alvo para os papéis da B3 (B3SA3) e nas ADRs.
“Estamos retomando a cobertura de Petrobras, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 45,30 para PETR3 e PETR4 e US$ 16,40 para as ADRs”, diz a XP. O documento da XP explica o que sustenta a perspectiva favorável para os papéis da Petrobras:
- alta qualidade dos ativos do pré-sal (com produção crescente),
- valuation atrativo (2,5x EV/EBITDA 12 meses à frente)
- e dividendos robustos (23% de dividend yield para 2022 e somando 100% para os próximos 5 anos).
A corretora pondera: “Vemos alto potencial para volatilidade nas ações em 2022, à medida que as eleições presidenciais se aproximam.”
A análise comenta o valuation descontado: “A Petrobras atualmente é negociada a 2,5x EV/EBITDA, 12 meses à frente. Nosso caso base mostra uma TIR nominal para o equity (em US$) de 26%. Em um cenário mais estressado (que inclui 15% de desconto nos preços de paridade internacional para derivados de petróleo), chegamos a um preço justo de R$ 33,30 (PETR3/PETR4) e US$ 12,10 (PBR/PBR.A), mostrando que muito de um potencial cenário negativo já está embutido nos preços atuais.”
A XP destaca os dividendos da empresa: “Caso a companhia continue operando da forma que vem atuando nos últimos anos (nosso cenário base), vemos a soma dos dividendos de 2022 a 2026 totalizando ~100% do market cap. Para 2022, esperamos um dividend yield de ~23% (vs. 14,2% dos pares russos e 4,9% das majores ocidentais).”
A corretora lembra o aumento na produção do pré-sal: “Projetamos uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) da produção de petróleo da Petrobras no Brasil, de 2021 a 2026, de 4%. A companhia possui diversas reservas a serem exploradas na próxima década em projetos de alto retorno e baixo risco de execução.”
Principais riscos
A XP relaciona os principais riscos da Petrobras:
- a Petrobras usada para subsidiar combustíveis novamente: “Embora haja indícios de que a companhia não esteja seguindo estritamente a paridade internacional de preços dos combustíveis, a situação está longe do que aconteceu durante 2011-2014, quando pelo menos US$ 40 bi foram perdidos. Diversos projetos de lei de diferentes políticos colocam a Petrobras em risco novamente.”
- Estouros de orçamento em investimentos (como ocorrido no passado): “Antes da operação Lava Jato revelar um enorme esquema de corrupção, a Petrobras sofreu perdas de dezenas de bilhões de dólares, principalmente devido a estouros de orçamento de projetos de investimento. Embora vejamos a empresa mais protegida do que no passado, esses riscos ainda existem.”
- Governança Corporativa em face das eleições de 2022: “A eleição presidencial de 2022 deve trazer muita volatilidade para as ações, juntamente com um alto grau de incerteza sobre como será a governança corporativa da Petrobras a partir de 2023.”
- Variações no petróleo e dólar podem gerar volatilidade no preço das ações: o valor justo da Petrobras é altamente sensível às premissas de petróleo e câmbio. Considerando a agenda ESG, há uma grande incerteza nas perspectivas de longo prazo tanto para a demanda quanto para os preços do petróleo.
- Risco operacional causando derramamento de óleo ou derivados: os negócios da Petrobras apresentam riscos operacionais de acidentes, sendo um derramamento de óleo ou derivados um dos piores. À medida que a conscientização ESG cresce, as consequências para a companhia responsável, caso ocorra tal tragédia, serão cada vez mais graves.
Cotação da Petrobras hoje
Por volta das 14h45, as ações da Petrobras estavam negociadas a R$ 26,80, com alta de 0,96% (PETR4), R$ 31,06 e valorização de 2,07% )(PETR3). As ADRs valiam US$ 11,06, subindo 0,84%.