As ações de empresas ligadas a commodities, como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), tiveram um dia misto nesta quarta-feira (28) no Ibovespa. No caso da Petrobras, as ações acompanharam a forte alta do petróleo hoje, refletindo os dados de estoques do material que caíram mais do que o esperado. O resultado das gigantes do Ibovespa contribuíram para a queda hoje do índice, de 0,72%, aos 116.681 pontos – a terceira baixa consecutiva.
Já em relação à Vale, a baixa da mineradora seguiu a queda no lucro das empresas industriais na China, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) do país, ainda que o minério de ferro tenha subido nesta quarta.
No fechamento, as ações preferenciais de Petrobras subiram 0,95%, cotadas a R$ 30,89. Além da Petrobras, ações de petroleiras, como a PRIO (PRIO3), também encerraram a sessão em alta de 0,92%, aos R$ 36,35.
As ações ordinárias da Vale terminaram o dia com baixa de 2,98%, a R$ 64,84. Além da Vale, as ações de mineradoras na Bolsa também caíam em bloco. Confira:
- CSN (CSNA3): queda de 2,29%, aos R$ 12,79;
- CSN Mineração (CMIN3): queda de 2,30%, aos R$ 4,29;
- Usiminas (USIM5): queda de 1,25%, aos R$ 7,13;
- Gerdau (GGBR4): queda de 1,42%, aos R$ 25,06;
- Metalúrgica Gerdau (GOUA4): queda de 1,74%, aos R$ 11,83.
Entenda alta das petroleiras e queda das mineradoras no Ibovespa hoje
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 9,6 milhões de barris na semana terminada em 23 de junho, enquanto alguns economistas esperavam um recuo menos acentuado, de 1,8 milhão de barris. Com isso, além da alta do Brent, os papéis da Petrobras são impulsionados por perspectivas de poucas alterações que possam alterar suas políticas.
“Apesar de muitos ruídos, o que temos visto efetivamente é uma empresa que continua com forte geração de caixa, que ainda não mudou a política de dividendos e nem ao menos mudou a estratégia de investimentos. Com isso, o mercado enxerga ainda um desconto da Petrobras em relação a seus pares externos”, disse Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Os contratos futuros de petróleo mostraram volatilidade no início do dia, mas ganharam fôlego, impulsionados pelos números do relatório semanal de estoques nos Estados Unidos, publicado pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Com isso, a commodity subiu mais de 2% nesta quarta-feira, mesmo em quadro de fortalecimento do dólar.
O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 2,75% (US$ 1,86), em US$ 69,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro subiu 2,39% (US$ 1,73), a US$ 74,24 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A commodity tinha sinal positivo no início do dia, após o American Petroleum Institute (API) ter estimado na noite de terça-feira queda no volume de petróleo estocado nos EUA. O sinal, porém, chegou a inverter, com investidores atentos também a declarações de dirigentes de importantes bancos centrais, reunidos para evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, manteve suas opções em aberto, mas comentou que poderia haver elevação de juros em reuniões consecutivas do Fed, e nesse contexto o dólar se fortaleceu.
A valorização do dólar torna o petróleo mais caro para os detentores de outras divisas, o que tende a conter a oferta. Nesta quarta, porém, ainda assim o petróleo subiu, apoiado pelo dado de estoques dos EUA, que mostrou queda de 9,603 milhões de barris nos estoques do óleo na semana, bem acima da previsão de baixa de 1,8 milhão de barris dos analistas.
Na China, os contratos futuros de minério nas bolsas de Dalian e Cingapura continuaram em tendência de alta nesta quarta-feira, mas diminuiu seus ganhos após a divulgação de dados industriais fracos no país. O movimento influenciou negativamente nos papéis de Vale, mas impulsionou o minério.
Os lucros das empresas industriais tiveram queda de 18,8% nos primeiros cinco meses de 2023 comparado ao mesmo período do ano anterior, estendendo uma contração de 20,6% acumulada no período de janeiro a abril, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China.
O minério de ferro referência em julho na Bolsa de Cingapura subiu 0,78%, para US$ 113,45 a tonelada, maior cotação desde 19 de junho. Na Dalian Commodity Exchange (DCE), as negociações diurnas do minério de ferro mais negociado para setembro encerraram em alta de 2,47%, a 830,5 iuanes por tonelada métrica, maior nível desde 15 de março.
“No caso da Vale, temos uma influência de dados divulgados na China, o que de certa forma até puxou uma alta do minério na parte da manhã, na expectativa de que o governo precisará de maiores estímulos para alcançar os objetivos de crescimento tão sonhados como o PIB. Porém, trouxe a um mercado já cético dados que apenas confirmam o que já é de domínio público: a dificuldade de recuperação econômica da China, mesmo com os últimos incentivos”, completou Lemos.
Petrobras fecha contratos bilionários com a SCGás
Nesta terça-feira (27), a Petrobras firmou dois novos contratos com a companhia de gás de Santa Catarina (SCGás). Os contratos de compra e venda de gás natural da Petrobras somam R$ 7,6 bilhões, conforme comunicado pela estatal.
Esses acordos são resultado de chamada pública da SCGás, que visa ao suprimento de gás natural para atender ao mercado regulado.
“Os novos contratos reforçam a parceria comercial entre as empresas e contemplam flexibilidades para a SCGás que corroboram marcos da abertura do mercado de gás natural brasileiro, mantendo a segurança e confiabilidade do suprimento Petrobras em condições comerciais competitivas e aderentes à realidade da indústria de gás natural”, diz a Petrobras em seu comunicado.
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