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Petrobras (PETR4): o balanço decepcionou? Veja se vale a pena investir

Petrobras (PETR4)

Petrobras (PETR4). Foto: iStock.

A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024 e provocou uma forte reação negativa do mercado. A estatal reportou números abaixo das expectativas dos analistas e, em meio a este cenário, viu suas ações despencaram na primeira sessão após a publicação do balanço, puxando o Ibovespa para baixo.

A petrolífera encerrou o quarto trimestre de 2024 com um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões, revertendo o lucro de R$ 31 bilhões registrado no mesmo período de 2023. A receita de vendas no período somou R$ 121,26 bilhões, uma queda de 9,7% em comparação com o quarto trimestre do ano anterior e 6,4% menor que o reportado no terceiro trimestre de 2024.

Na sessão seguinte à divulgação dos resultados, na quinta-feira (27), os papéis da Petrobras despencaram. As ações preferenciais (PETR4) terminaram o pregão em queda de 3,53%, cotadas a R$ 36,61, enquanto as ordinárias (PETR3) recuaram 5,56%, fechando a R$ 39,24.

O que chamou atenção no balanço de PETR4?

Para Fabio Louzada, economista e sócio-fundador da Eu me banco Educação, o resultado da Petrobras trouxe surpresas claramente negativas.

“A divulgação do balanço da Petrobras trouxe à tona resultados que, sem dúvida, surpreenderam negativamente o mercado. A estatal reportou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões no quarto trimestre, contrastando fortemente com o lucro de R$ 31 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior”, explica.

De acordo com Louzada, o desempenho da companhia no período foi influenciado por uma série de eventos não recorrentes, como variações cambiais em dívidas com subsidiárias no exterior. Embora estes fatores não tenham afetado o fluxo de caixa, impactaram significativamente o resultado contábil.

Além do prejuízo, o especialista aponta que a receita líquida também ficou aquém das projeções. “A redução de 10% na receita líquida, totalizando R$ 121,3 bilhões, ficou aquém das expectativas dos analistas, que previam R$ 127,8 bilhões. O EBITDA ajustado também apresentou uma queda de 39% em relação ao ano anterior”, destaca ele.

Dividendos da Petrobras

Um dos pontos mais aguardados pelos investidores era o anúncio dos dividendos da companhia, considerada uma das principais pagadoras da bolsa brasileira. Nos últimos doze meses, os papéis preferenciais da Petrobras apresentaram um dividend yield de 21,96%, de acordo com dados coletados na plataforma da Status Invest.

No entanto, o montante anunciado gerou frustração. A petrolífera comunicou o pagamento de R$ 9,1 bilhões aos acionistas, mesmo diante do prejuízo registrado, utilizando suas reservas de caixa.

De acordo com um relatório divulgado pela XP, este foi “o principal destaque negativo dos resultados”, com o anúncio do dividendo de US$ 1,6 bilhão ficando “bem abaixo do consenso e da nossa estimativa (US$ 2,5 bilhões – US$ 3 bilhões)”.

Para Louzada, a decisão levanta questionamentos sobre a sustentabilidade da política de remuneração. “A decisão da Petrobras de distribuir R$ 9,1 bilhões, mesmo diante do prejuízo, utilizando reservas de caixa, levanta questionamentos sobre a sustentabilidade dessa política de remuneração aos acionistas em um cenário de resultados financeiros complicados. A continuidade dessa prática pode ser vista como arriscada se os resultados não apresentarem recuperação nos próximos trimestres”, avalia.

Vale a pena investir em Petrobras?

Diante dos resultados e da reação do mercado, a questão que fica é se este é um bom momento para investir nas ações da petrolífera. De acordo com o sócio-fundador da Eu me Banco Educação, o cenário demanda cautela.

“Acredito que, para os investidores, vale monitorar de perto os desdobramentos futuros e aguardar sinais mais claros de recuperação antes de considerar novas posições”, recomenda o economista. Segundo ele, o prejuízo, a redução de receitas, a distribuição de dividendos e o aumento inesperado de investimentos criam um ambiente de incerteza.

A XP, por sua vez, reconhece que a percepção atual pode ser mais negativa do que a realidade, mas entende que será necessário tempo para recuperar a confiança. “Não acreditamos que a realidade seja necessariamente tão ruim quanto a reação inicial que o mercado sugere, mas acreditamos que levará alguns trimestres melhores de geração sólida de fluxo de caixa para remediar a decepção”, destaca o relatório da casa sobre o balanço da Petrobras.

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