A Petrobras (PETR4) teve a recomendação elevada de neutra parta compra pelo UBS BB. Para o banco, a boa governança da companhia prevalece e os dividendos tendem a ser robustos.
“Embora tenham ocorrido algumas mudanças em relação a 2022, o balanço patrimonial e a capacidade de geração de fluxo de caixa da Petrobras são muito mais resilientes e os processos de governança implementados desde então provavelmente garantirão a continuidade disso”, destaca a equipe da UBS BB, que havia rebaixado a estatal após eleições de 2022.
Segundo a analistas, a combinação de uma melhor governança e rentabilidade deve se traduzir em retornos contínuos para acionistas por meio de dividendos da Petrobras, incluindo pagamentos extraordinários.
Um dos pontos que sustentam a tese do UBS BB é a capacidade da estatal de realizar os reajustes nos combustíveis. Na semana passada, a Petrobras anunciou aumentos nos preços dos combustíveis de 16% para a gasolina e 26% para o diesel.
“Em nossa opinião, o aumento reduz os riscos, mostrando que a Petrobras pode ser capaz de fazê-lo, já que o Brent a US$ 85 por barril, e a taxa de câmbio, com o dólar perto R$ 5, indicam que os preços seguem mais próximos da paridade”, afirma a UBS BB.
Além disso, o anúncio de reajuste fez analistas estimarem uma geração de fluxo de caixa (FCF) de US$ 1 bilhão no segundo semestre de 2023 e US$ 5,1 bilhões em 2024.
Petrobras: geração de fluxo de caixa pode render dividendos, destaca UBS BB
Para a UBS BB, o excesso de caixa pode ser distribuído com dividendos, elevando as expectativas de retornos para níveis atrativos, cerca de 20% em 2024. Número superior comparado aos pares, que possuem rendimentos entre 10 a 12%.
“Estimamos que com base em 45% do FCF, a Petrobras poderia anunciar US$ 12 bilhões em dividendos para 2024, um rendimento de dividendos de 14%”, destaca a UBS BB.
Com isso, a estatal poderá anunciar US$ 5 bilhões em dividendos extraordinários. Os US$ 5 bilhões pressupõem que a empresa mantenha um nível estável de caixa, em torno de US$ 11 a 12 bilhões.
UBS BB recomenda compra das ações
Com o aumento no preço dos combustíveis, o que impulsiona o aumento nos ganhos e Ebitda, a UBS BB recomenda compra das ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 42 (antes o preço-alvo fixado pelo banco estava em R$ 31).
Os riscos para a tese são despesas inesperadas que impactem o potencial de dividendos como M&A, acordos sobre passivos tributários federais, capex maior do que o esperado, mudanças na política de preços.
Reajuste dos combustíveis diminui riscos e melhora perspectiva de dividendos, diz BTG
As ações da Petrobras (PETR4) fecharam em forte alta nesta quarta-feira (23), entre os maiores ganhos do índice, após o BTG Pactual elevar para “compra” a recomendação para as ações, com preço-alvo a US$ 16 para as ADRs. Analistas dizem enxergar riscos menores para a companhia após o reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado na semana passada, com impacto positivo na perspectiva de pagamento de dividendos.
Em relatório, os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, afirmaram que a “decisão da semana passada de aumentar os preços dos combustíveis marcou a queda de uma das últimas razões para nossa postura cautelosa de longa data sobre as ações”.
Na semana passada, a Petrobras aumentou em 16,3% os preços médios da gasolina vendida às distribuidoras e em 25,8% os do diesel, diante de uma defasagem em relação ao mercado internacional após a alta da cotação do petróleo, impedindo riscos ao abastecimento.
Ainda de acordo com o documento, a equipe do BTG Pactual afirmou ter “subestimado” os mecanismos de defesa dos estatutos da Petrobras, além da proteção oferecida pela lei das estatais.
“Nós agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras não pode ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados. Preserva seu balanço enxuto e melhora a visibilidade de que os dividendos permanecerão mais fortes por mais tempo”.
Para o BTG, apesar de ruídos, as ações da nova diretoria da estatal vêm mostrando não apenas um “grau razoável de racionalidade”, pois também têm evitado colocar grandes investimentos financeiros e fortalezas operacionais em risco.
Petrobras: lucro recua 47% no 2T23, para R$ 28,7 bilhões
A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 28,782 bilhões no segundo trimestre de 2023, valor que representa uma retração de 47% na comparação com o mesmo período de 2022, influenciada especialmente pela redução média de 4% nos preços do petróleo Brent e de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além da menor receita com exportações.
Em base ajustada, o lucro líquido da Petrobras sofreu uma queda de 35,9% no mesmo intervalo de tempo, somando R$ 28,789 bilhões. Como explicação, o crack spread refere-se à diferença geral de preços entre um barril de petróleo bruto e os produtos petrolíferos refinados a partir dele.
Também afetaram os resultados da Petrobras as maiores despesas operacionais, com destaque para despesas com impairment (R$ 1,9 bilhão) e tributárias (R$ 600 milhões).
A receita líquida da Petrobras totalizou R$ 113,84 bilhões no segundo trimestre, uma desvalorização de 33,4% ante o mesmo período de 2022 e uma queda de 18,1% ante o primeiro trimestre deste ano.
O Fluxo de Caixa Livre (FCL) atingiu R$ 33,3 bilhões.
Cotação
Nesta quinta-feira (24), os papéis da Petrobras fecharam em queda de 0,15%, cotadas a R$ 32,19.
Cotação PETR4