Petrobras (PETR4): UBS-BB diz que é hora de vender ação e aumenta preço-alvo; entenda os motivos
Em meio às novidades sobre política de preços, dividendos, lucro do primeiro trimestre de 2023, investimentos da Petrobras (PETR4), o UBS-BB segue com a recomendação de venda das ações da petroleira. Porém, na quinta (25), o banco aumentou o preço-alvo da ação para R$ 22 (ante R$ 20).
De acordo com as projeções feitas pelos analistas do UBS-BB Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, a nova política de dividendos da companhia pode causar impactos no fluxo de caixa livre. Isso culminaria em um dividend yield de cerca de 3%, o que seria visto pelo mercado como algo negativo ao papel.
“Seguimos cautelosos, porém aguardando o anúncio da próxima política de dividendos até julho, com nosso novo caso base para 40% do FCF [fluxo de caixa livre, em inglês], cerca de 3% de yield por trimestre, o que seria negativo para a ação, a nosso ver, com risco negativo de porcentagens mais baixas ou menos visibilidade nos pagamentos”, detalharam os profissionais no relatório.
No Ibovespa hoje desta sexta (26), as ações da Petrobras encerraram o dia em alta de 1,32%, ao preço de R$ 26,80 – acima do preço-alvo do UBS-BB. Confira o gráfico com o comportamento dos papéis nos últimos doze meses:
Cotação PETR4
“Notamos que as mudanças na Petrobras levam tempo devido à governança e ao porte da empresa, mas fomos surpreendidos positivamente pelos avanços recentes, que se mostraram menos negativos do que esperávamos”, comentaram os especialistas.
Além disso, o trio apontou que o ambiente macroeconômico ajudou a empresa, “com o real mais valorizado e o Brent mais desvalorizado, que permitiu à Petrobras reduzir os preços dos combustíveis e também amenizar parte do discurso público contra a empresa”.
Veja como é a nova política de preços da Petrobras
Neste mês, a estatal divulgou publicamente qual será a nova estratégia comercial para definir preços de diesel e gasolina, em substituição à política atual de preços, chamada de PPI ou política de paridade de importação.
O texto divulgado pelo governo possui somente uma página e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, inclusive, foi convidado a explicar o fim da paridade de preços com o dólar e o mercado internacional mencionada no comunicado à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O sistema anterior levava em conta os preços do petróleo no mercado internacional, enquanto o novo modelo vai levar em consideração também o mercado interno. Com a mudança na política de preços dos combustíveis, a Petrobras acredita que terá mais flexibilidade para praticar preços competitivos.
Conforme comunicado divulgado pela empresa na manhã de hoje, a estratégia usa referências de mercado como:
- custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação;
- custo marginal
A estatal explica que o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos. O valor marginal para a Petrobras, por sua vez, é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e dos petróleos utilizados no refino.