A agência de classificação de riscos Moody’s informou nesta segunda-feira (22) que a decisão do governo de Jair Bolsonaro de trocar o presidente da Petrobras (PETR4) é negativa para a empresa, sob o argumento de que a ação evidencia a contínua interferência política nas decisões de negócios da estatal.
De acordo com a agência, essa interferência na Petrobras já ocorre por vários anos.
Além disso, a Moody’s prevê que a mudança na petrolífera levará à mudanças no conselho de administração e na alta administração da empresa, o que interromperá o trabalho executivo.
A Petrobras também tem a estratégia de reduzir a dívida de US$ 80 bilhões em setembro de 2020 para US$ 60 bilhões no final do próximo ano.
Em relação ao processo de venda das refinarias, a agência acredita que “será atrasado, mas não totalmente interrompido, devido à natureza de longo prazo das aquisições e porque o risco de interferência do governo nos preços dos combustíveis no Brasil permaneceu inalterado”.
Contudo, é importante que a Petrobras melhore suas métricas de crédito, afirma o relatório, ressaltando que os negócios da companhia são vulneráveis aos preços das commodities e a petrolífera vem enfrentando um risco crescente de transição de carbono.
Petrobras cai 20% e perde mesmo valor da JBS até meio dia
Após o anúncio de Jair Bolsonaro sobre a demissão do presidente da Petrobras, Castello Branco, na última sexta-feira (19), as ações da companhia operam em queda nesta segunda-feira.
Às 13h45, as ações preferenciais (PETR4) registravam queda de 20,71% para R$ 21,71 e as ordinárias (PETR3) caíam 20,7% para R$ 21,53. Com isso, a companhia perdia cerca de R$ 70 bilhões neste pregão até as 12h, equivalente ao valor de mercado da JBS (JBSS3), de R$ 71,2 bilhões, de acordo com o site da ADVFN.
Além disso, devido à alta do preço dos combustíveis imposta pela companhia, analistas agora recalculam suas previsões para a estatal. O UBS e BTG Pactual (BPAC11) pontuam para a perda de credibilidade da Petrobras.