Petrobras (PETR4): Carf mantém cobrança de R$ 17 bilhões em tributos
A cobrança em R$ 17 bilhões em tributos da Petrobras (PETR4) foi mantida pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Nesta terça-feira (14), o órgão deliberou sobre quatro autuações fiscais da Receita Federal sobre contratos de afretamento de plataformas de petróleo da estatal.
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Os processos da Petrobras foram julgados pela 3ª Turma da Câmara Superior, na sede do Carf em Brasília. Por maioria de votos, o colegiado deu parecer favorável à Receita Federal pela importação de serviços e a cobrança do Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), PIS e Cofins.
Isso porque os contratos da Petrobras costumam ser feitos em duas partes: um para o afretamento de plataformas, e outro para a prestação de serviços (perfuração, exploração e prospecção).
Contudo, o órgão fiscalizador desconsidera que o movimento se trate de afretamento, mas da importação de serviços — e por isso a aplicabilidade dos tributos.
Petrobras x Carf
Os processos sobre bipartição de contratos de afretamento de plataformas de petróleo — que incluem a Petrobras e a Repsol — não eram discutido pelo Carf desde janeiro de 2020. Na ocasião, a decisão do colegiado foi favorável ao órgão fiscalizador.
São quatro os processos de tributação da Petrobras que foram julgados pelo Carf:
- 16682.722011/2017-17: R$ 5,64 bilhões por afretamento em 2013
- 16682.722012/2017-53: R$ 5,52 bilhões por afretamento em 2013;
- 16682.723011/2015-64: R$ 3,59 bilhões de cobranças de Cide em 2011;
- 16682.720837/2014-91: R$ 2,48 bilhões de PIS e Cofins de 2010.
Petrobras tem preço-alvo derrubado
O preço-alvo das ações da Petrobras foi derrubado em quase 30% pelo Itaú BBA. No domingo (12), os analistas do banco de investimentos cortaram o valor para R$ 27 (antes, era R$ 38).
Um dos motivos apontados pelos analistas da casa é a expectativa de que a Petrobras mude sua política de dividendos e passe a distribuir proventos menores aos investidores — a cerca de 25% do lucro líquido da estatal.
Por isso, o novo preço-alvo da Petrobras pelo Itaú BBA considera não apenas um novo curva de preços do petróleo e novo cenário macroeconômico, “mas também as informações mais recentes que foram divulgadas sobre os riscos mais significativos”.
Sendo eles:
- novo custo de capital (Ke);
- nova previsão do preço do petróleo;
- possível alteração da política de dividendos, reduzindo-a para 25% do lucro líquido;
- o novo plano de capex anunciado pela empresa em seu Plano Estratégico 2023-2027;
- desconto à paridade no curto prazo para diesel e gasolina.
E não foi só o BBA que cortou o preço-alvo da Petrobras recentemente. Na semana passada, os analistas da Genial Investimentos não ficaram otimistas com o anúncio da Petrobras sobre os projetos de energia eólica. Eles alertaram que o cenário poderá ser desafiador do ponto de vista da geração de valor aos acionistas.