Petrobras (PETR4) tenta acalmar mercado sobre dividendos; entenda

A Petrobras (PETR4) realizou, nesta quinta-feira (27), sua teleconferência de resultados do 4T24, com as atenções voltadas para a alocação de capital da companhia, uma vez que o aumento nos investimentos no trimestre gerou preocupações sobre possíveis impactos no capex, na produção e nos dividendos.

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A gestão da PETR4 justificou a antecipação de pagamentos como uma estratégia para reduzir riscos de atrasos na entrega de novas unidades de produção. A empresa destacou que experiências passadas mostraram que adiamentos impactam negativamente a curva de produção nos anos seguintes.

O Goldman Sachs, no entanto, manteve sua projeção de capex para os próximos anos, uma vez que a mudança no ritmo de pagamento a fornecedores já foi implementada no 4T24.

Apesar da surpresa nos números do trimestre, a casa acredita que o impacto sobre os dividendos da Petrobras deve ser pontual. O mercado esperava um pagamento de US$ 2,4 bilhões, mas a estatal distribuiu apenas US$ 1,6 bilhão.

Ainda assim, a visão é de que, caso a companhia entregue um fluxo de caixa sólido e mantenha a política de dividendos nos próximos trimestres, há espaço para uma recuperação do papel.

O ponto mais debatido na teleconferência foi o volume total de investimentos realizados. A Petrobras reiterou que a antecipação dos desembolsos se concentrou no campo de Búzios, que atualmente produz 800 mil barris por dia e pode ultrapassar 2 milhões de barris por dia até 2030. A empresa afirmou que não houve aumento nos custos dos projetos em andamento nem inclusão de novas iniciativas.

A gestão também indicou que o capex da Petrobras no 1T25 deve ser menor do que os US$ 5,7 bilhões investidos no 4T24. A previsão anual da companhia para 2025 é de aproximadamente US$ 18 bilhões, o que implicaria um ritmo trimestral médio de US$ 4,5 bilhões.

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No que diz respeito à produção, a Petrobras reportou uma queda de 4% na extração de petróleo em 2024, atribuída a paradas para manutenção e atrasos na obtenção de licenças junto ao IBAMA e à ANP. A empresa estima que as limitações operacionais do IBAMA, por exemplo, podem ter reduzido a produção em mais de 200 mil barris por dia durante os períodos de intervenção.

Outro tema abordado foi a exploração da Margem Equatorial. A Petrobras acredita ter cumprido a maior parte das exigências ambientais para obter autorização para perfuração na região e mantém um tom otimista sobre a decisão do IBAMA. No entanto, há relatos de que o corpo técnico do órgão recomendou a negativa do pedido da empresa.

A estatal reforçou a necessidade de repor suas reservas, uma vez que o pré-sal pode atingir seu pico produtivo até o final da década. O plano estratégico da companhia prevê US$ 3 bilhões em investimentos na Margem Equatorial, com a perfuração de 15 poços.

O mercado reagiu com pessimismo aos resultados, e as ações da Petrobras (PETR4) caem 4,53% no Ibovespa por volta das 17h15 desta quinta-feira, cotadas a R$ 36,23.

O Goldman Sachs avalia que a preocupação com investimentos e dividendos pesou sobre os papéis, mas vê potencial de recuperação conforme a Petrobras entregue fluxo de caixa e distribuições consistentes ao longo dos próximos trimestres.

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Guilherme Serrano

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