Nesta quarta-feira, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 5,16% no Ibovespa, após o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmar que a petroleira se tornaria mais cautelosa em relação à distribuição de dividendos. Mais tarde, a empresa se manifestou sobre a declaração.
Em comunicado ao mercado, a Petrobras afirmou que “não há qualquer decisão tomada em relação à distribuição de dividendos não declarados”.
Os dividendos da Petrobras, completa a empresa, serão definidos com base na nova Política de Remuneração aos Acionistas da Companhia, que define que “em caso de dívida bruta igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor e de resultado positivo acumulado, a serem verificados no último resultado trimestral apurado e aprovado pelo Conselho de Administração, a Companhia deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre”.
No comunicado, também não foi descartada a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras. A empresa destacou um trecho da sua política de remuneração que afirma que “a Companhia poderá, em casos excepcionais, realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, superando o dividendo mínimo legal obrigatório”.
Por fim, a Petrobras reforçou que, por meio dessa política, busca garantir sua perenidade e sustentabilidade financeira de curto, médio e longo prazos, além de conferir previsibilidade ao fluxo de pagamentos da remuneração aos acionistas.
Além de Petrobras, confira outros destaques desta quarta-feira:
Suzano (SUZB3) tem lucro 39% menor no 4T23, a R$ 4,52 bilhões; veja os motivos
- A Suzano (SUZB3) apresentou um lucro líquido de R$ 4,52 bilhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), o que representa uma queda de 39% quando comparado ao resultado obtido no mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 7,459 bilhões.
- Apesar do lucro da Suzano mostrar essa baixa na comparação anual, observa-se um avanço na comparação sequencial, visto que no terceiro trimestre de 2023 (3T23) a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 729 milhões.
- O resultado da Suzano no 4T23 é atribuído, em sua maioria, à diminuição no faturamento líquido da empresa, embora essa redução tenha sido compensada de maneira parcial pela queda nas despesas relacionadas ao IR/CSLL e também por uma receita financeira mais elevada.
- Em termos ajustados, o Ebtida da companhia, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, somou R$ 4,51 bilhões no último trimestre de 2023, o que corresponde a uma baixa de 45% sobre o 4T22.
- A partir desse resultado da Suzano, ela registrou uma margem Ebitda ajustada de 43% no período, com recuo de 13 pontos percentuais na comparação anual.
Prio (PRIO3) anuncia aumento de capital de R$ 2 bilhões; o que muda para o acionista?
- Na noite desta quarta-feira (28), a Prio (PRIO3) anunciou um aumento de capital no valor de R$ 2 bilhões. Com isso, o capital social da companhia saíra de R$ 5,63 bilhões para R$ 7,63 bilhões.
- O aumento de capital da Prio, segundo a empresa, servirá para o redesenvolvimento de ativos operados já em produção. Além disso, parte do valor será utilizado para financiar atividades de perfuração e conexão sub-superfície em ativos que se encontram em fase de desenvolvimento.
- “Adicionalmente, o referido aumento de capital se mostra necessário para o financiamento de futuras oportunidades de crescimento, englobando projetos e iniciativas inorgânicas que tenham como objetivo a geração de valor aos acionistas”, completa a empresa em fato relevante.
- O aumento de capital será feito sem a distribuição de novas ações ou mudança nos números de emissão. De acordo com a empresa, essa é uma operação contábil, na qual parte dos valores alocados na reserva de lucros estatutária passa a ser acrescida ao capital social da Prio.
- “Tendo em vista que o aumento de capital trata de mero remanejamento de valores já existentes no patrimônio líquido da companhia, tal operação não apresenta quaisquer consequências financeiras ou econômicas”, explica a companhia.
- Assim, na prática, não haverá mudança significativa para o acionista, que não será diluído, ao contrário do que ocorreria no caso da emissão de novas ações.
Apesar de desaceleração, analistas veem lucratividade atrativa para Porto (PSSA3)
- Mesmo antecipando um ano de desaceleração, a Genial Investimentos prevê para a seguradora Porto (PSSA3), neste ano, um lucro recorrente de R$ 2,4 bilhões, e crescimento de 4% quando comparado ao mesmo período do ano passado, com um Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 19,2%.
- Em relatórios, os analistas projetam uma desaceleração nos prêmios emitidos pela Porto no segmento automotivo, mas estimam crescimento em outros setores, sobretudo na Saúde.
- O Safra, mantendo uma visão positiva, destaca o aumento de 13% no lucro antes de impostos e reitera a classificação de desempenho superior, evitando lucratividade a longo prazo.
- Para a Genial Investimentos, a Porto encerrou 2023 com uma evolução relevante de lucro (+99,7% a/a) e rentabilidade (ROE de 20,1%). Já o Safra destaca o lucro recorde de R$ 2,3 bilhões (20% de ROE) no fechamento do ano.
- Ambos os relatórios apontam para a importância de iniciativas estratégicas, como no segmento de saúde e cartões, onde a Porto tem baixa quota de mercado, mas confirmaram a concorrência e volatilidade do setor de saúde.
- Apesar da pequena variação nas estimativas, ambas as análises convergem na confiança de que a empresa deve continuar a aproveitar as oportunidades de crescimento, mesmo enfrentando desafios específicos em diferentes segmentos de negócios.
- O desempenho positivo em setores como saúde e cartões é apontado como um motor potencial para o crescimento futuro, proporcionando à empresa uma base sólida para enfrentar a desaceleração projetada para 2024, dizem os analistas da Genial.
- Tanto a Genial quanto o Safra salientam a complexidade do cenário econômico e as estratégias específicas da Porto para cada segmento de negócios. A desaceleração nos prêmios emitidos no setor automotivo é uma tendência projetada, mas, para os estrategistas, a holding brasileira busca compensar esse declínio com o crescimento em outros segmentos, mostrando um foco estratégico na diversificação e adaptação às condições do mercado.
Caixa tem lucro recorrente de R$ 2,9 bilhões no 4º trimestre, alta de 40,5% em um ano
- A Caixa Econômica Federal encerrou o quarto trimestre de 2023 com lucro líquido recorrente de R$ 2,869 bilhões, valor 40,5% maior que o do mesmo período do ano anterior. Pelo critério contábil, que inclui efeitos não recorrentes, o resultado do banco público no período foi de R$ 3,975 bilhões, alta de 82,7% em um ano.
- No ano de 2023, o lucro da Caixa subiu 15,5% pelo critério recorrente, para R$ 10,626 bilhões. O ano foi de recordes para o banco: ao longo de 2023, a Caixa registrou R$ 544,3 bilhões em contratações de crédito, crescimento de 6,8% em relação a 2022 e o maior patamar da história. No quarto trimestre, a concessão foi 13,5% maior que a do mesmo período de 2022, chegando a R$ 140,6 bilhões.
- O último trimestre do ano retrasado foi de desaceleração na Caixa, que teve de reduzir o ritmo após estourar o orçamento de crédito para o ano em meio às eleições presidenciais de 2022, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou sendo derrotado. Além de reduzir o ímpeto, o banco buscou reforçar a captação de recursos para manter a resiliência do balanço.
- Com as captações resolvidas e a troca de governo, a Caixa voltou a conceder crédito com maior velocidade. A carteira do banco cresceu 10,6% em um ano, chegando a R$ 1,119 trilhão no final de 2023, puxada pelas altas de 14,6% no crédito imobiliário e de 27,3% no crédito para o agronegócio.
- O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco foi de 8,5% no quarto trimestre, alta de 0,6 ponto porcentual em um ano. O patrimônio líquido da Caixa somava R$ 128,5 bilhões no final de dezembro, crescimento de 4,8% em relação a dezembro de 2022. Os ativos, por sua vez, chegaram a R$ 1,8 trilhão, alta de 15,2% em um ano.
- A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 17,532 bilhões, alta de 17,1% em um ano. Houve um crescimento de 3,4% nas receitas com as operações de crédito, que foram de R$ 30,4 bilhões no trimestre. Para chegar à margem, a Caixa desconta do total o custo da intermediação financeira, o que inclui em especial os custos de captação.
- As despesas de intermediação aumentaram 4,6% em um ano, em especial graças ao aumento de 180,4% nos custos com recursos de emissões de títulos e valores mobiliários. Ao todo, os depósitos de clientes chegaram a R$ 714,074 bilhões, um crescimento de 18,6%, puxado por depósitos a prazo e letras, que têm custo de captação maior.
- Se considerados os fundos administrados pelo banco, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ativo total da Caixa subiu a R$ 3,214 trilhões, alta de 11,5% em um ano.
Lojas Renner (LREN3): Genial prevê queda no lucro, mas mantém recomendação de compra
- Em relatório divulgado nesta terça-feira (27), a Genial Investimentos manteve a recomendação de compra para Lojas Renner (LREN3) diante de boas perspectivas de crescimento e rentabilidade para 2024.
- O preço-alvo indicado foi de R$ 18, com valorização de 18% frente ao fechamento da última segunda-feira (26). Os analistas da Genial salientaram que a Renner não deve voltar a patamares históricos, mas que o deságio cria oportunidades de valorização do papel no médio prazo.
- O lucro líquido da Renner estimado pela Genial para 2023 é de R$ 955 milhões, 26% menor do alcançado no ano anterior. Porém, para 2024, o relatório se mostra mais otimista, com previsão de resultado de cerca de R$ 1 bilhão, 5,2% maior do que neste ano.
- Para o 4T23 da Renner, o resultado financeiro deve subir 4,3% frente ao mesmo período de 2022, chegando ao total de R$ 504 milhões, com uma margem líquida de 11,8% (-26bps a/a). O cenário de hiperinflação na Argentina é apontado como um fator importante nessa deterioração sequencial.
- Segundo o relatório, os analistas projetam crescimento no volume de vendas da Renner no 4° tri de 2023, considerando, inclusive, o fraco desempenho do mesmo período no ano anterior, em função da Copa do Mundo de 2022. A estimativa é que no período o faturamento líquido de varejo fique em R$ 3,8 bilhões, alta de 6,1% na comparação anual.
Engie (EGIE3) vai comprar AES Brasil (AESB3)? Entenda
- A Engie (EGIE3) está visando uma possível compra da a AES Brasil (AESB3), ativo que a companhia considera “interessante” e pode avaliar uma aquisição.
- Segundo o CEO da Engie, Eduardo Sattamini, a companhia está sempre olhando para ativos de geração de energia.
- “Interesse em ativos de geração a gente sempre tem… Não estou dizendo que a gente vai entrar, vai fazer ou não fazer… A AES é um ativo interessante, não tenha dúvida, são boas usinas no Sudeste brasileiro, bem posicionadas. Eu acho que, pode ser que dentro desse processo a gente tenha algum interesse”, disse o executivo durante teleconferência de resultados da Engie.
- Já o diretor financeiro, Eduardo Takamori, destacou que enxerga boas oportunidades para o segmento da companhia neste ano – em meio a um cenário melhor em termos de preços e condições hidrológicas.
- “A gente viu sim essa maior liquidez e esse maior interesse dos consumidores em fechar posições de forma mais consistente. Naturalmente estamos nos posicionando e vendendo energia do nosso portfólio”, disse o executivo
- A declaração se dá em meio a esforços da controladora norte-americana da AES Brasil, que mira rotacionar o portfólio no Brasil em 2024.
- Os rumores são de que a eventual venda de ativos da companhia pode contemplar sua totalidade, fazendo com que ela deixe o Brasil.
- Ao serem indagados sobre a venda de participação na TAG, os executivos destacaram que a Engie não tem “interesse nem necessidade” de se desfazer da sua fatia remanescente na companhia, que atua no setor de transporte de gás.
- Já sobre a possível incorporação da usina hidrelétrica de Jirau pela empresa, o CEO reiterou que “em algum momento” isso deverá acontecer.
- “No momento adequado vamos olhar como esse ativo será trazido para dentro do nosso escopo, se vai ser trazido por uma compra financiada pelo próprio controlador, se vai ser através de algum tipo de transação de ações. Não sei, a gente ainda não começou a discutir isso”, completou o CEO da Engie.
XP (XPBR31): banco recomenda compra e aposta em ‘recuperação cíclica’
- A XP (XPBR31) anunciou lucro líquido de R$ 1,040 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), um crescimento 33% em relação ao mesmo intervalo de 2022 e queda de 4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Após resultados, o BTG recomenda compra das ações.
- Para o BTG, apesar da queda no lucro da XP no trimestre, a tendência é ver os números do 4T23 como um evento quase não significativo, visto o potencial de uma provável recuperação neste ano.
- Segundo o banco, a XP pré-reportou KPIs importantes, como NNM (Novos Recursos Líquidos), que se refere ao dinheiro que entra nos investimentos vindo de clientes, e AuC total (Ativos sob Custódia Total).
- O NNM total foi de R$19 bilhões, um aumento de 36% em relação ao trimestre anterior. O NNM do varejo caiu cerca de 15% em relação ao trimestre anterior, atingindo R$12 bilhões, enquanto o NNM corporativo alcançou R$7 bilhões, se mantendo estável.
- O número de clientes ativos da XP aumentou 3% em relação ao trimestre anterior e 17% em relação ao ano anterior, totalizando 4,5 milhões. A rede de assessores de investimentos da XP também cresceu, totalizando 14,3 mil, o que representa um aumento de 16% em relação ao ano anterior.
- O AuC (Ativos sob Custódia) totalizou R$1,12 trilhão ao final do quarto trimestre, um aumento de 4% em relação ao trimestre anterior e de 19% em relação ao ano anterior, em linha com as expectativas da empresa.
- Além disso, o TPV (Volume Total Processado) do cartão foi de R$11,8 bilhões, um aumento de 10% em relação ao trimestre anterior e de 43% em relação ao ano anterior, com cartões ativos chegando a 1,2 milhão, um aumento de 9% em relação ao trimestre anterior e de 68% na comparação anual.
- A XP encerrou o ano de 2023 com 1,4 milhão de contas digitais ativas, das quais 90 mil são consideradas contas primárias.
AES Brasil (AESB3): XP vê “trimestre sólido” e projeta alta de 32,9%
- A AES Brasil (AESB3) divulgou seu novo balanço trimestral, no qual reportou os seus resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23). Após o anúncio, a XP Investimentos manteve uma recomendação neutra para as ações da companhia, colocando um preço-alvo de R$ 14, com potencial de alta de 32,9% sobre a cotação final de segunda-feira (26), que era de R$ 10,53.
- Segundo a XP, os resultados da AES Brasil, no âmbito operacional, vieram alinhados com as projeções dos analistas da casa, mas ainda se observa um “trimestre sólido”.
- Em termos ajustados, o Ebtida da AES Brasil foi de R$ 511,1 milhões no 4T23, enquanto o valor projetado pela XP era de R$ 511,5 milhões. Em relação ao 4T22, o Ebtida da companhia registrou uma alta de 42%, principalmente em razão das aquisições feitas em dezembro de 2022.
- “A geração hídrica teve um desempenho melhor do que no ano passado devido à melhor hidrologia e a redução no preço médio de venda. Por outro lado, a geração eólica e solar foi prejudicada por 90,1GWh de restrições do ONS”, explica a XP em seu relatório.
- Já em relação à dívida líquida consolidada da AES, o valor alcançado ao final de 2023 era de R$ 11,7 bilhões, resultando em uma relação dívida líquida/Ebtida de 5,3 vezes. A subsidiária AES Operações anunciou que sua dívida líquida está na casa dos R$ 5,7 bilhões.
- Outro destaque feito pela XP foi a aprovação pelo conselho administrativo de uma nova distribuição de dividendos da AES Brasil, no valor de R$ 44,9 milhões. Esse montante equivale a R$ 0,07 por ação, com um dividend yield (DY) de 0,7%.
- A AES Brasil também divulgou o seu novo plano de investimento de 5 anos, visando investir R$ 1,3 bilhão até o ano de 2028. Desse valor, cerca de R$ 829 milhões seriam destinados para modernização e manutenções, enquanto R$ 131 milhões poderiam ser utilizados para projetos em desenvolvimento e mais R$ 388 milhões para expandir seus complexos eólicos Cajuína e Tucano.
Da Petrobras à Prio, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.