Após salto de quase 4%, rali da Petrobras (PETR4) vai continuar?

Na última sexta-feira (22), as ações da Petrobras (PETR4) saltaram 3,98% no Ibovespa, cotadas a R$ 39,42, em linha com o novo plano estratégico divulgado pela companhia. Após a disparada, o BTG Pactual emitiu um relatório avaliando as condições para que os papéis sigam em alta.

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De acordo com os analistas, a Petrobras mantém uma trajetória de valorização que pode continuar avançando. Vale destacar que, neste ano, as ações PETR4 acumulam alta na casa dos 19%.

A casa afirma que, embora, na teoria, os dividendos da Petrobras não criem valor adicional, os pagamentos extraordinários aumentam a confiança do mercado na capacidade futura de retornos consistentes.

Isso, segundo o BTG, reduz os riscos percebidos, eleva os múltiplos de negociação das ações da Petrobras e sinaliza um foco na criação de valor e gestão eficiente de capital, o que pode justificar uma reavaliação positiva dos papéis.

O plano de investimentos da Petrobras foi bem recebido, diz o BTG, que destaca o limite da dívida bruta, que foi ajustado para US$ 55-75 bilhões, substituindo o teto anterior de US$ 65 bilhões.

Em relação aos dividendos, a projeção é de pagamentos ordinários de US$ 11,2 bilhões em 2025, o que implica em um yield de 12%.

Mesmo sem considerar dividendos especiais, o retorno projetado para as ações ordinárias e preferenciais é de 12% e 13%, respectivamente, assumindo um preço do barril Brent de US$ 75 e um câmbio de R$ 5,70/US$.

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“Esses valores representam um prêmio de 4 pontos percentuais em relação aos principais concorrentes globais”, escreve o BTG.

A casa se mantém otimista em relação à PETR4, mas cita riscos como interferências políticas e má alocação de capital. Os analistas destacam que a gestão anunciou a intenção de investir no setor de etanol, o que pode gerar retornos inferiores ao core business de exploração e produção.

“O mercado considera que esses recursos seriam mais bem alocados como dividendos, permitindo que acionistas decidam investir em empresas especializadas em renováveis”, explica.

A Petrobras apresenta crescimento projetado de 4% ao ano nos próximos cinco anos, diz o BTG, com retorno sobre capital investido (ROIC) marginal elevado, devido ao baixo custo de extração no pré-sal.

“Apesar do desconto de 20% em relação aos pares globais no múltiplo EV/EBITDA, combinado com um prêmio de 4 pontos percentuais no retorno total ao acionista, ainda há espaço para a valorização das ações. A Petrobras segue como uma das principais recomendações no setor energético global”, diz o BTG, que recomenda compra para os papéis, com preço-alvo de US$ 19 para as ADRs.

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Guilherme Serrano

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