Petrobras (PETR4): possível recompra de refinaria eleva risco político e pode comprometer dividendos

De acordo com a agência Broadcast, a Petrobras (PETR4) estaria em negociações para recomprar a refinaria de Mataripe, na Bahia, após vendê-la durante o governo Bolsonaro. E de acordo com o Goldman Sachs, o movimento eleva o risco político da tese e pode comprometer os dividendos.

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Em relatório, os analistas da casa afirmam que a possível compra da refinaria Mataripe pode suscitar preocupações em relação a uma potencial intervenção política na Petrobras, uma vez que o governo federal tem criticado as vendas de ativos da empresa.

O atual plano estratégico da Petrobras projeta um capex adicional de até US$ 11 bilhões para potenciais fusões, aquisições e outros investimentos no ciclo entre 2024 e 2028. Apesar disso, o Goldman Sachs destaca que essa possível compra tende a limitar a extensão dos dividendos extraordinários da Petrobras no curto prazo.

A refinaria foi vendida durante o governo Bolsonaro por cerca de US$ 1,6 bilhão. Na avaliação do Bradesco BBI, o valor atual pode ser entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhões, o que não inclui os investimentos no projeto de biodiesel.

Segundo os analistas da casa, a questão principal é se a Petrobras terá ou não permissão para adquirir o controle acionário do ativo, tendo em vista o acordo realizado com o Cade para reduzir o monopólio da estatal no setor, que obriga a companhia a desinvestir em refinarias que já foram vendidas.

O BTG Pactual avalia a possível recompra como negativa, citando que a Petrobras obteve retornos mais baixos no segmento de refino em comparação com o seu negócio principal de produção.

Por outro lado, a casa não prevê uma redução significativa nos dividendos da Petrobras, uma vez que o negócio pode envolver apenas a aquisição de uma participação menor na refinaria, de acordo com os analistas.

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Veja detalhes sobre a possível aquisição da Petrobras (PETR4)

A Petrobras (PETR4) está estudando a recompra da refinaria de Mataripe, na Bahia, de acordo com a agência Broadcast, do Grupo Estado. De acordo com a publicação, uma proposta pode ser feita em setembro.

O impasse da negociação, contudo, diz respeito ao preço a ser pago para a Acelen, empresa dona da refinaria e que pertence ao fundo Mubadala Capital.

A refinaria de Mataripe, que tem capacidade para refinar 333 mil barris por dia, foi vendida pela Petrobras em 2021, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, por US$ 1,65 bilhão.

A transação ocorreu em meio ao processo de enxugamento dos ativos e à saída da petroleira do segmento de refino, então visto como menos lucrativo. Além disso, à época, a estatal havia realizado um acordo com o Cade para reduzir seu monopólio no setor.

Agora, com Luiz Inácio Lula da Silva na presidência da República, o investimento em refino da Petrobras voltou a ser visto como necessário.

De acordo com fontes que falaram ao Broadcast, a refinaria passou por aprimoramentos, e com isso, o valor da recompra possivelmente ficaria acima dos US$ 1,65 bilhão pagos pela Acelen em 2021.

Ainda segundo a publicação, há a possibilidade da Acelen manter participação de 20% na refinaria, ainda que o mais provável seja a aquisição completa por parte da Petrobras. A expectativa, segundo a publicação, é a de que o negócio seja efetivamente selado em 2025.

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Guilherme Serrano

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