Após a publicação do seu resultado do terceiro trimestre de 2022 (3T22), a Petrobras (PETR4) agradou de forma praticamente unânime os analistas.
A estatal reportou lucro líquido de R$ 46,096 bilhões no período, o que corresponde a uma alta de 48% frente aos R$ 31,142 bilhões registrados entre julho e setembro de 2021. Além disso, a empresa somou um Ebitda ajustado de R$ 91,42 bilhões no 3T22, um crescimento de 50,5%.
Esses números, segundo a XP, foram relativamente em linha com as projeções, segundo a XP. Contudo, mostram um forte fluxo de caixa livre e com boa rentabilidade, dado o Ebitda.
“A empresa se manteve como uma das majors de óleo e gás mais baratas do mundo, a 2,2 EV/EBITDA 2023. Acreditamos que os investidores negociarão a ação no curto prazo de acordo com o fluxo de notícias relacionadas a indicações de como o próximo governo se comportará em suas políticas econômicas”, diz a casa.
A recomendação é de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 35,50.
Além disso, os mais de R$ 47 bilhões de dividendos anunciados ainda antes do balanço foram bem vistos, mantendo o yield da empresa elevado. Vale destacar que ainda antes dessa distribuição o dividend yield (DY) é de 56%, segundo dados do Status Invest.
“A forte posição financeira da Petrobras permitiu que a empresa aprovasse outra distribuição de dividendos, de R$ 3,35/ação (11,2% dividend yield sobre PETR4, 45% anualizado), equivalente a R$ 43,7 bilhões (US$ 8,5 bilhões no câmbio atual). Isso ficou acima do pagamento mínimo de acordo com a política da Petrobras (US$ 6 bilhões)”, diz a XP.
A XP destaca que também ‘existem várias questões em aberto sobre como será a governança corporativa da empresa a partir de 2023′.
“Nosso cenário base ainda é que os preços dos combustíveis sigam a precificação por paridade de importação (“PPI”) e sem grandes desembolsos de CAPEX para projetos greenfield a serem implantados nos próximos anos. Mas acreditamos que os investidores negociarão a ação no curto prazo de acordo com o fluxo de notícias relacionadas a indicações de como o próximo governo se comportará em suas políticas econômicas. No entanto, vemos muitos dos piores resultados já incorporados nos preços das ações e, portanto, mantemos nossa classificação de compra”.
Genial reitera otimismo com dividendos da Petrobras
Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40, a Genial Investimentos aponta que os dividendos ‘salvaram a lavoura’ e mostra otimismo com o Ebitda divulgado, que ficou acima das projeções da casa.
“A empresa apresentou resultados em linha com os números do consenso, mas acima das nossas estimativas para o 3T22. A receita totalizou R$170 bilhões, em linha com o trimestre passado. Em nossa leitura, o resultado foi neutro do ponto de vista do consenso (apesar dos números terem vindo acima das nossas estimativas)”, dizem os analistas.
“Como esperado, a empresa apresentou outro resultado sólido em termos de EBITDA e geração de caixa, que no trimestre alcançou R$52 bilhões (12% no trimestre). Como grande surpresa deste resultado, citamos o anúncio de novos dividendos: R$3,35/ação (11,1%, apenas considerando esse dividendo de maneira isolada)”, seguem.
Além disso, citam os riscos políticos atrelados à Petrobras.
“Com a atual mudança no comando do executivo, os próximos passos da empresa precisam ser acompanhados de perto à medida que, por ora, o fluxo de notícia tem sido negativos para empresa – críticas à política de dividendos, política de paridade de preços e possíveis indicações políticas para cargos chave na empresa. Como mencionamos em nossa iniciação de cobertura, uma mudança agressiva na orientação estratégica da empresa e alterações nas “linhas de defesa” da mesma são pontos que podem nos levar a alterar a nossa recomendação para o papel”.
BB mantém tese de PETR4
O BB Investimentos, da mesma forma, reiterou sua recomendação de compra para os papéis, mirando R$ 43 para o fim de 2023.
“Como já comentamos em nossa última revisão de preço, seguimos otimistas com o papel, entendendo que as condições operacionais e financeiras sugerem uma relação risco-retorno favorável”, diz a casa.
“A Petrobras segue com múltiplos descontados (EV/EBITDA em 2,0x, ante média de 2 anos de 2,7x e pares em 3,2x), produção em expansão e alavancagem baixa, fatores que devem permitir uma nova fase de crescimento ao longo dos próximos anos. Entendemos que o atual desconto nos múltiplos possa estar ligado a certa cautela dos investidores em relação à manutenção da atual rentabilidade ao longo dos próximos anos, dadas as sinalizações de que podem ocorrer mudanças na política de preços (PPI)”, conclui o BB Investimentos.