A Petrobras (PETR4) planeja reduzir a previsão de US$ 21 bilhões em investimentos para o ano que vem, segundo três fontes próximas às discussões que falaram à Reuters. O movimento vai na contramão das pressões feitas pelo governo para que a estatal acelere seus projetos.
Essa redução representaria o terceiro ano consecutivo em que a empresa não alcança suas metas anuais de investimentos, após ter investido menos que o previsto em 2023 e revisado para baixo as estimativas de 2024.
A reavaliação dos investimentos para 2025 está sendo discutida como parte do novo plano estratégico da Petrobras, que abrangerá o período de 2025 a 2029, com divulgação prevista para novembro. O atual plano estratégico da estatal, que cobre o período de 2024 a 2028, inclui a previsão de US$ 21 bilhões em investimentos para 2025. No entanto, segundo uma das fontes, esse valor “não será alcançado” e a Petrobras está ajustando suas projeções para um valor mais realista.
Embora a nova estimativa de investimentos da Petrobras ainda esteja sendo calculada, uma das fontes revelou que as previsões iniciais para 2025 giram em torno de US$ 17 bilhões, o que representaria uma redução de 19%.
Diversos fatores estão contribuindo para essa revisão, como o aumento dos custos globais de insumos e equipamentos, a reavaliação de projetos e dificuldades relacionadas ao financiamento e à execução de obras.
Em 2023, a Petrobras ainda tinha planos de acelerar os investimentos na Margem Equatorial, especialmente na Foz do Amazonas, mas o avanço desses projetos foi prejudicado pela falta de autorização do Ibama e por uma greve do órgão ambiental, o que causou atrasos. As fontes, no entanto, não comentaram especificamente sobre esses temas.
No último ajuste, a Petrobras reduziu sua previsão de investimentos para 2024 de US$ 18,5 bilhõespara um valor entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
Uma fonte que falou em condição de anonimato à Reuters afirmou que seria inviável aumentar esse valor para US$ 21 bilhões em 2025, ressaltando que um aumento de 50% em um ano “não tem como acontecer”.
Essa fonte também destacou que a Petrobras está buscando um plano de investimentos mais realista e menos ambicioso, em comparação com as projeções anteriores, que eram consideradas “distantes da realidade”.
A expectativa é que o novo plano estratégico traga uma priorização de projetos menores, de baixo investimento, mas com retorno rápido, algo que poderia atender aos interesses do governo. Além disso, há previsão de expansão na perfuração de poços de óleo e gás, o que ajudaria a aumentar a produção da companhia.
Segundo uma das fontes, a lentidão na execução dos investimentos foi uma das razões para a mudança na liderança da PETR4. A nova gestão busca ser mais eficiente e focada, com uma abordagem mais prática e menos voltada para a mídia.
“A ordem é focar em projetos de baixo investimento e rápida execução, antecipar a perfuração de poços e ajudar tanto o país quanto os resultados da empresa”, afirmou a fonte.
Questionadas sobre se o novo plano de investimentos poderia ser inferior aos US$ 102 bilhões previstos no planejamento atual, as três fontes afirmaram que a prioridade é fazer o que for melhor para a Petrobras, seus acionistas e a sociedade em geral.