Petrobras (PETR4): aumento de investimentos deve reduzir dividend yield, diz BTG

Na semana passada, a Petrobras (PETR4) afirmou que seu capex — no plano estratégico para o período entre 2022 e 2026 — ainda está em análise, mas deve se manter próximo do que foi comentado: a petroleira deve investir entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões. O valor oficial será divulgado no próximo dia do investidor, na quinta (25).

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O BTG Pactual (BPCA11) publicou um relatório nesta segunda (22) em que diz manter neutralidade na recomendação de compra das ações da Petrobras. Os analistas afirmam reconhecer que a atual precificação está baixa, mas seguem com postura conservadora por acreditar que os riscos políticos irão pesar mais que os fundamentos. O preço-alvo foi mantido em US 15.

“Nossa incapacidade de avaliar adequadamente a história de alocação de capital LT da Petrobras tem sido a principal razão para nossa abordagem mais conservadora em relação ao seu caso. Então, embora concordemos que o balanço da Petrobras permite que a empresa aumente os investimentos de Exploração e Produção, acreditamos que os investidores não estarão dispostos a perpetuar as vantagens potenciais dos projetos, nem distribuição de dividendos, pelo menos até o ruído político sobre a política de preços da empresa se dissipar, o que não esperamos que aconteça antes da próxima eleição”, dizem os analistas do BTG.

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Aumento dos investimentos da Petrobras deve levar a menor dividend yield

“Desnecessário dizer que há uma advertência relevante”, alertam os analistas do BTG. Segundo eles, o aumento dos investimentos da empresa deve reduzir a redistribuição de renda aos acionistas. A análise estima que, para cada 10% de aumento no capex, o potencial de rendimento dos dividendos é reduzido em 1,33 pontos percentuais.

“Assumindo um crescimento do capex de 20% ao longo dos próximos 5 anos, e com base em nossa suposição de curva de preço do petróleo atual, o novo plano da Petrobras poderia cortar dividendos em mais de US$ 8 bilhões, ou 2,7 p.p. de rendimento anual.”

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Apesar disso, os especialistas do banco enxergam com bons olhos a decisão potencial de aumentar os investimentos exploratórios. Os retornos da Petrobras melhoraram nos últimos anos, e um grande parcela pode ser atribuída à crescente participação das operações altamente lucrativas do pré-sal em seus resultados”, dizem. Assim, apreciam o esforço da estatal para acelerar qualquer potencial geração de caixa do pré-sal.

No início da última década, os planos capex da Petrobras transmitiram uma mensagem de alto crescimento em seu segmento de Exploração e Produção, mas também em Refino, Transporte e Comercialização e outros, como gás, combustíveis, petroquímica e renováveis. Mas, depois de prometer demais e entregar menos, os investimentos da estatal nos últimos 5 anos têm se concentrado na produção de seus ativos do pré-sal, enquanto os investimentos em outros segmentos caíram graças ao maior foco nas TIRs do projeto.

“Agora, o crescimento do capex implícito é supostamente impulsionado por aceleração no capex exploratório, que também caiu nos últimos anos à medida em que a Petrobras abordou sua necessidade de desalavancar. Essa notícia dá uma indicação importante de sua alocação de capital no médio prazo, sinalizando que a empresa mais uma vez se vê em uma boa posição para reacender o crescimento da produção com base em sua estrutura de capital mais enxuta e expectativas sólidas para o preço do petróleo“, concluem os analistas.

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Bruno Galvão

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