A produção de combustíveis nas refinarias da Petrobras (PETR3;PETR4) sofreu redução e a prioridade agora da petrolífera estatal é a produção de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para abastecer o mercado interno. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), o sindicato, informou que a queda é de 50%.
“Em função da mudança do comportamento na vida de todos, houve um grande aumento na procura de GLP, que chegou a faltar, mas na próxima semana deve ter o abastecimento normalizado. Temos a missão de preservar o abastecimento”, disse o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Felipe Kury.
No entanto, o executivo não informou o tamanho da queda na produção nas refinarias, apenas comentou as quedas no consumo, querosene de aviação (84%), gasolina (35%) e diesel (22%).
A redução na produção tem causado diversos protestos pelo sindicado que está pedindo nas redes sociais a saída do atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco. A FUP denuncia a queda de até 50% na produção nas unidades e culpa a atual política de preços da empresa, em comparação com o mercado internacional.
No protesto o sindicato defende:
- redução nos preços em benefício da população
- combustíveis de graça ou com subsídio para ambulâncias, bombeiros e veículos que estão no combate à pandemia
Por sua vez, a Petrobras informou que a redução da produção visa reduzir o estoque de derivados que sem demanda não tem mais onde ser acumulado, com a exportação também limitada pela falta de demanda externa.
Hibernação de 62 plataformas da Petrobras
A estatal petroleira informou na última quarta-feira (16) que iniciou a hibernação de 62 plataformas em campos de águas rasas. A medida resultará na redução de 23 mil barris de petróleo por dia (bpd).
A empresa petrolífera informou, em comunicado, que a decisão inclui as bacias de Campos, Sergipe Potiguar e Ceará. De acordo com a companhia, as plataformas não possuem condições econômicas para operar com baixos preços do petróleo.
As cotações do preço da commodity têm sido pressionadas, recentemente, devido à queda mundial de demanda por petróleo. A baixa é consequência das medidas para conter a pandemia do novo coronavírus. A demanda global de petróleo deverá cair 30% em abril, segundo dados da Agência Internacional de Emergia (AIE).
A Petrobras destacou que 80% dessas plataformas não são habitadas e que o empregados das unidades habitadas não serão demitidos. A medida, segundo a petroleira, “faz parte de uma série de ações para preservar os empregos e a sustentabilidade da empresa nesta que é a pior crise da indústria do petróleo em cem anos”.