A Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (15) uma nova redução no valor da gasolina, de 4,85%. Essa é a terceira queda de preços na gestão Caio Paes de Andrade, desde que ele assumiu como presidente da estatal em junho.
A partir da terça-feira (16), o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras será, em média, R$ 3,53 por litro, equivalente a uma queda de R$ 0,18 por litro.
Em julho, foram feitas duas outras reduções no preço da gasolina, a primeira em 19 de julho, com redução no preço do combustível de 4,9% e a segunda, no dia 28 de julho, uma diminuição de 3,88%.
Com a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro, compondo assim a gasolina comercializada diretamente para os consumidores, a média do valor da gasolina vai de R$ 2,70 para R$ 2,57 a cada litro vendido na bomba, ou uma baixa de 4,81%.
“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, afirmou a Petrobras, em nota divulgada ao mercado.
Não houve mudanças no preço do diesel. O último corte no valor do combustível foi realizado na semana passada, na segunda redução em agosto.
De acordo com a equipe de Research da Ativa Investimentos, o movimento de queda é condizente com o movimento de queda dos preços de petróleo e câmbio verificados ao longo das últimas semanas.
“Ainda que, segundo nossos cômputos, não víamos espaço para uma redução deste tamanho, acreditamos que o mercado não contestará a decisão da petrolífera”, afirmam os analistas da Ativa. A ação preferencial da Petrobras opera em alta de 0,38%, cotada a R$ 31,83, às 16h05.
Redução de preço da gasolina poderia ser maior para atingir paridade, diz Abicom
A redução do preço da gasolina poderia ter ido além dos R$ 0,18 por litro, de acordo com o relatório de preços internacionais dos combustíveis divulgado diariamente pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Segundo o relatório, o preço médio da gasolina praticado no Brasil estava 10% mais caro do que no Golfo do México, mercado utilizado como parâmetro pelos importadores, chegando a 14% a mais no Porto de Suape, em Pernambuco. A Abicom afirma, portanto, que a queda poderia ter sido de R$ 0,33 por litro no caso da gasolina.
Já o diesel acumula redução de R$ 0,42 por litro no período de uma semana, e atualmente registra defasagem de 5% em média em relação ao mercado internacional, abrindo espaço para nova queda, de R$ 0,23 por litro, diz relatório da Abicom.
O preço dos derivados acompanha a queda do petróleo no mercado internacional, que vem sendo puxada pelo medo de recessão devido às altas nas taxas de juros no mundo inteiro e preocupações com a demanda na China, além do aumento da oferta da commodity por parte da Arábia Saudita e Irã.
Esses fatores têm trazido grande volatilidade ao mercado, mas desde o dia 2 de agosto o preço do petróleo se mantém abaixo dos US$ 100 por barril, o que abriu uma janela para a Petrobras fazer os reajustes.
Por coincidência, as quedas de preço começaram logo após a entrada de Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras. Antes dele, três presidentes foram demitidos por terem aumentado o preço dos combustíveis por conta da alta da commodity no mercado internacional.
Segundo especialistas, o problema da Petrobras reduzir o preço dos combustíveis é ter que aumentar mais à frente, se o mercado virar novamente, mais próximo às eleições.
(Com informações do Estadão Conteúdo)