Petrobras (PETR4) não deve cortar preço do combustível mais vezes, diz Itaú BBA
O Itaú BBA não vê uma folga ainda maior para Petrobras (PETR4) reduzir o preço dos combustíveis. A análise consta em parecer que recomenda compra para os papéis da estatal (com rótulo outperform), mirando um preço-alvo de R$ 43.
“Seguindo uma tendência de queda nos preços do petróleo e um estreitamento da defasagem do diesel e da gasolina spreads nas últimas semanas, observamos maiores diferenciais de preços de paridade internacional para ambos os produtos, o que deixou espaço para a Petrobras reduzir os preços“, dizem os analistas.
Isso ocorre logo após a companhia realizar uma redução no preço do diesel de R$ 0,20 por litro (3,56%), válida já a partir deste dia 5 de agosto. Agora, o preço médio do diesel para distribuidoras ficará em R$ 5,41/litro.
Segundo o BBA, em sua teleconferência de resultados do 2T22 na última sexta, a empresa afirmou que estava ainda antecipando preços internacionais pressionados para o diesel com base na sazonalidade da demanda e a próxima temporada de furacões.
“Como resultado, não vemos uma oportunidade para reduções de preços em o curto prazo. Nos últimos dias esse diferencial aumentou acentuadamente por conta das fortes contrações da semana durante a semana para os preços do Brent e spreads. Isso provavelmente mudou a perspectiva da empresa e permitiu uma redução de preços nos preços do diesel”, diz a casa.
Entenda a redução do diesel pela Petrobras
Ainda na véspera a companhia anunciou a redução no preço do diesel nas suas refinarias e estava há quase 50 dias sendo negociado acima do preço internacional.
“Essa redução do diesel acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, disse a empresa em nota.
O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Mastella, já havia dito que observava o movimento de queda do preço do diesel “com cautela”, apesar das pressões do governo para que a estatal reduzisse o preço.