Petrobras (PETR4) recua no Ibovespa nesta segunda; saiba motivos
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram nesta segunda-feira (21), pressionadas pela notícia de uma nova redução de juros anunciada pela China, além da expectativa para falas de dirigentes do Federal Reserve. A data de corte para pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio também não motivou o mercado.
No fechamento, as ações preferenciais da Petrobras caíram 0,70%, cotadas a R$ 31,30. Os papéis ordinários da Petrobras recuaram 0,99%, cotados a R$ 34,15.
Cotação PETR4
“Vemos uma aversão maior ao risco no dia de hoje com temores trazidos por China, com corte de juros menor do que esperado, deixando o mercado em dúvida sobre a real situação ou capacidade de recuperação do motor do mundo”, disse Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Nesta segunda-feira (21), o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou sua decisão de política monetária, com corte na taxa de referência (LPR, na sigla em inglês) de 1 ano (de 3,55% a 3,45%), mas manutenção na LPR de 5 anos (4,20%).
Ainda de acordo com Lemos, nos Estados Unidos, a expectativa pelo seminário de Jackson Hole, que terá discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), incluindo o presidente da instituição, Jerome Powell, contribui para estressar o mercado, elevando os treasuries de 10 anos à máxima dos últimos 7 anos.
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Além dos fatores externos, vale lembrar que a segunda-feira marca a data de corte para os quase R$ 15 bilhões que serão pagos em dividendos e juros sobre capital próprio pela Petrobras, anunciados pela estatal no início deste mês. O movimento, entretanto, não animou o mercado, segundo Lemos.
“Hoje, o último dia data com da Petrobras não está sendo suficiente pra sustentar a alta do papel em meio a tantas incertezas no mundo, até porque o próprio Brent com essa incerteza negativou após abrir operando no positivo”.
Os proventos da Petrobras serão distribuídos em duas parcelas iguais de R$ 0,574652 por ação ordinária e preferencial, durante os meses de novembro e dezembro deste ano, e a quantia inclui dividendos e JCP. “Acredito que o estrangeiro compra muito por dividendos, então isso pode mudar o fluxo a partir de amanhã”, acrescentou, em referência à data em que as ações da Petrobras passarão a ser negociadas como “ex-direitos” na B3 e na Bolsa de Nova York (22 de agosto).
Após reajuste da Petrobras, diesel encarece 10%
Dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, apontaram que, após o reajuste de 25,8% anunciado pela Petrobras no valor do diesel repassado às refinarias, válido a partir quarta (16), o preço médio nacional do litro teve um aumento de 9,71%, chegando a R$ 5,76 no dia seguinte.
Já o diesel S-10 fechou no dia 17 à média de R$ 5,94 nas bombas, com um acréscimo também de 10% ao valor antes do reajuste da Petrobras.
“O litro do diesel ficou mais caro para os motoristas brasileiros e, no recorte regional, todas registraram aumento para os dois tipos de diesel. No Centro-Oeste e no Norte o preço do diesel comum fechou o último dia 17 acima de R$ 6. Já o diesel S-10 fechou acima deste valor em todas as cinco regiões brasileiras”, destaca Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil.
ANP vê alta de 8,3% após reajuste da Petrobras
Já segundo os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do diesel disparou 8,3% nos postos de abastecimento na semana de 13 a 19 de agosto, para R$ 5,50.
A gasolina teve alta de 2,2%, com preço médio de R$ 5,65 por litro.
Até o Gás Natural Liquefeito (GLP) teve ligeira alta na semana, comparada com a semana anterior, com o preço médio do botijão de 13 quilos (gás de cozinha) subindo 0,2%, com preço médio de R$ 101,21.
A Petrobras elevou o diesel em R$ 0,78 e a gasolina em R$ 0,41 na quarta (16) nas suas refinarias.
Com o aumento, a estatal reduziu a defasagem em relação ao mercado internacional, que se encontrava em patamares altos nas últimas semanas.
No fechamento de quinta-feira, a diferença dos preços praticados nas refinarias da Petrobras era de 11% para os dois combustíveis. Antes do aumento, a defasagem era de 27% para a gasolina e de 28% para o diesel.
Com informações de Estadão Conteúdo