analistas do Itaú BBA pontuaram que os ajustes nos combustíveis anunciados pela Petrobras (PETR4) na quinta-feira (19) – de R$ 0,12 no preço por litro da gasolina e R$ 0,25 no preço por litro do diesel – sinalizam o compromisso da companhia com a execução da política de permanecer dentro da faixa de preços, evitando volatilidade para o consumidor.
Por meio de relatório, o Itaú BBA disse que, segundo a Petrobras (PETR4), a implementação da estratégia comercial permitiu, inicialmente, reduzir os preços da gasolina e do diesel e, nas últimas semanas, mitigar os efeitos da volatilidade e da subida abrupta dos preços internacionais, proporcionando períodos de estabilidade de preços aos seus clientes.
“A empresa destacou ainda que, para a gasolina, o fim da temporada de condução significa maior disponibilidade e desvalorização do produto em relação ao petróleo. Como a Petrobras está no limite de sua otimização operacional, inclusive realizando importações adicionais, tornou-se necessário fazer ajustes para se reequilibrar com o mercado e com seus próprios valores marginais”, pontuou o banco.
Assim, com base nas últimas estimativas do Itaú BBA da faixa de preço da gasolina, a Petrobras ajustou o seu preço para perto do limite superior da faixa, seguindo o estreitamento do crack spread – isto é, o diferencial entre o preço do petróleo bruto e os produtos petrolíferos extraídos dele – nas últimas semanas.
Já para o preço do diesel, segundo as estimativas do banco, a Petrobras parece estar visando o centro da faixa de preços, o que deve representar o custo de oportunidade da empresa, considerando o mix entre produtos refinados e importados.
“Acreditamos que esses ajustes sinalizam o compromisso da Petrobras com a execução da política de permanecer dentro da faixa de preços, evitando volatilidade para o consumidor”, avaliou o Itaú BBA.
O Itaú BBA possui recomendação ‘market perform‘ para as ações de Petrobras, com preço-alvo a R$ 38,00.
Goldman: gasolina da Petrobras opera com margem de refino negativa
Já para o Goldman Sachs (GSGI34), atualmente, a gasolina da Petrobras (que representa cerca de 20% dos volumes de refino), atualmente opera com uma margem de refino negativa.
Entretanto, o banco nota que os crack spreads do diesel da Petrobras, que representam cerca de 40% dos volumes refinados, permanecem saudáveis, especialmente após recentes aumentos de preços, o que em suma, devem mais do que compensar as fracas margens da gasolina.
O Goldman tem recomendação de ‘compra’ para as ações preferenciais da Petrobras (PETR4), com preço-alvo a R$ 42,40, com potencial da alta de 11% frente ao fechamento da quinta-feira (19).
Citi: reajustes da Petrobras são positivos
Em relatório publicado pelo Valor Investe, o Citi afirmou que os reajustes da Petrobras são positivos, reduzindo a diferença entre os produtos produzidos no Brasil e importados.
Os analistas destacaram que a Petrobras alcançou produção recorde de petróleo e gás no terceiro trimestre, a 3,98 milhões de barris por dia, 7,8% maior do que em junho.
“Esperamos que a produção da Petrobras continue crescendo acima da meta”, pontuou o Citi.
O Citi tem recomendação ‘neutra’ para as ações de Petrobras, com preço-alvo em US$ 14, valor 14,4% menor que o fechamento de quinta-feira (19).
Corte na gasolina deverá ter impacto cheio no IPCA de novembro, diz Ativa Investimentos
Segundo projeções realizadas pela Ativa Investimentos, o corte de cerca de 4% no preço da gasolina deverá ter impacto cheio no IPCA de novembro em cerca de -8bps.
No caso do diesel, a Ativa afirma que, em termos diretos para o IPCA, o impacto é nulo, visto que o peso do subitem é de apenas 0,23%, ante 4,8% da gasolina. “Contudo, indiretamente, o impacto é gigantesco em função da matriz de transportes de bens da nação, mas o seu repasse ao consumidor tem uma defasagem temporal maior e o coeficiente é mais incerto”, disse Étore Sanchez, economista-chefe da gestora.
Liquidamente, em termos de IPCA, a Ativa reduziu sua perspectiva para 2023 de 4,69% para 4,65%, mediante a queda da projeção de novembro de +0,31% para +0,23%, mas com a elevação da projeção de dezembro de +0,57% para +0,61%.
“Ressaltamos que o corte de 12 centavos na gasolina amplia a defasagem para próximo de 30 centavos, ao passo que a alta do diesel ainda deixa resíduo altista de cerca de 35 centavos. Em outras palavras, o preço da gasolina precisaria subir R$ 0,30 e o diesel R$ 0,35, para se equiparar aos níveis internacionais”, completou Sanchez.
Reajustes da Petrobras começam a valer no próximo sábado
Na quinta-feira (19), a Petrobras anunciou uma redução no preço da gasolina para as distribuidoras em R$ 0,12 por litro, o que representa uma queda de 4,09% em relação ao preço anterior. Além disso, aumentou o preço do diesel em R$ 0,25 por litro, o que corresponde a um acréscimo de 6,57%.
Os novos preços dos combustíveis para as distribuidoras passam a valer a partir do próximo sábado (21). Assim, a gasolina custará R$ 2,81 por litro e o diesel, R$ 4,05 por litro.
A Petrobras afirma que, levando-se em conta a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro na formação da gasolina que é vendida nos postos, a fatia da empresa no preço final ao consumidor terá uma média de R$ 2,05 por litro na bomba.
Já no caso do diesel comercializado nos postos, considera-se a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel. Assim, a parcela da Petrobras no preço final ao consumidor vai ser R$ 3,56 por litro vendido, em média.
Petrobras diz que combustíveis ainda acumulam queda em 2023
Com os novos reajustes, o preço da gasolina acumula uma baixa de R$ 0,27 por litro em 2023. Já o preço do diesel tem uma queda acumulada de R$ 0,44 por litro.
“A estratégia comercial que adotamos na Petrobras nesta gestão tem se mostrado bem-sucedida, sobretudo no sentido de tornar a Petrobras competitiva no mercado e ao mesmo tempo evitar o repasse de volatilidade para o consumidor. Uma prova disto é que, ao longo deste ano, mesmo com o valor do brent mais alto que no ano passado, os preços dos nossos produtos acumulam quedas, muito diferente do que aconteceu ao longo de 2022”, diz Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
Prates afirma que os preços finais ao consumidor não são definidos pela Petrobras e utiliza como exemplo o gás de cozinha.
“Sempre é bom lembrar que o preço final dos produtos não é definido pela Petrobras, pois engloba outros fatores. Um exemplo disso é o GLP (gás de cozinha), que segue com o preço mantido nas refinarias, onde o botijão de 13 kg custa em média R$ 31,66; enquanto o preço médio ao consumidor superou os R$ 100 por botijão de 13 kg”, conclui o presidente da Petrobras.
Desempenho das ações da Petrobras
Cotação PETR4