A Petrobras (PETR4) comunicou 23 envolvidos na operação Lava Jato que planeja cobrar indenizações milionárias devido aos esquemas de corrupção que desviaram recursos públicos da empresa, segundo coluna da Folha de S.Paulo.
De acordo com o jornal, quase todos os 23 envolvidos são delatores na Operação Lava Jato. Entre eles estão Marcelo Odebrecht, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, o operador financeiro Adir Assad, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, e o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, detalhou a coluna.
Segundo o jornal, nenhum dos ex-diretores da Petrobras estão na lista. O único que não é delator entre os comunicados é Vaccari.
De acordo com a Folha, apenas a defesa do empresário Mário Góes, um dos intimados, se posicionou até o momento, manifestando “irresignação” com os planos da Petrobras de cobrar indenizações.
Em sua petição, a defesa do empresário afirma que a Petrobras desrespeita o acordo de colaboração com o seu cliente e que a estatal ignora o fato de que as delações premiadas ajudaram a empresa a obter ressarcimento bilionário.
Em nota, a Petrobras disse ao jornal que está se esforçando para proteger seus interesses. Declarou ainda que este tipo de iniciativa tem como objetivo resgardar os interesses da companhia “enquanto pendentes cumprimento de acordos e tramitações processuais pertinentes”.
Segundo a Folha, a Petrobras declarou que seguirá adotando ações cabíveis contra empresas e indivíduos que lhe causaram prejuízos.
Petrobras disse ser vítima dos crimes
Em setembro de 2020, a Petrobras disse ser vítima dos crimes devendados pela Lava Jato, “sendo reconhecida como tal pelo Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal Federal”.
A estatal disse que colabora com as operações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improibidade administrativa em andamento.
Além disso, a petroleira salientou que é assistenta de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Polícia Federal, “reafirmando e reforçando seu compromisso com o combate à corrupção”. Ademais, a Petrobras ressaltou que, nos últimos anos, vem implementando diversas medidas de governança e conformidade.